Na última quarta-feira, 22, Linn da Quebrada respondeu um internauta no Twitter que elogiava o fato de Silvio Santos levar pessoas trans para seu programa desde a década de 80. O tuíte original foi compartilhado no início do mês de junho e trazia um vídeo do apresentador do SBT, em que recebia em seu programa a Miss Trans Internacional Ava Simões.
Na ocasião, Silvio ainda aproveitou para tirar dúvidas sobre a transgeneridade, foi até elogiado pela própria Ava e nas redes sociais por "dar aula" de aceitação.
A cantora trouxe o tuíte à tona e apontou que, ao contrário do que muitos falam, Silvio Santos e outros meios de comunicação "devem desculpas pelo desserviço e pela contribuição assídua em desumanizar e, atuar com tanto gosto na manutenção da violência e da dor".
No mesmo comentário, Linn ressaltou que o apresentador já constrangeu e debochou de Roberta Close, uma das primeiras personalidades trans do Brasil a falar publicamente sobre o assunto em rede nacional.
"Acredito e sinto que é necessário que não só ele, mas tantos profissionais da comunicação, perceba o esforço sistemático na criação de um imaginário social, em rede nacional, que trabalhou muito bem para que rissem diante do espetáculo traumático de nos ferir e desumanizar enquanto riam", escreveu a ex-BBB.
Lina aproveitou para deixar claro que não se referia apenas a Silvio Santos e que essa é uma conversa muito mais extensa: "Antes de tudo, falo da instituição televisiva que trabalhou muito bem e por muito tempo para manutenção do espetáculo violento de nos ferir enquanto riam. Uma conversa muito mais extensa e que não se justifica os preços de tudo".
Um internauta disse que, ao seu ver, Silvio Santos "mais contribuiu do que errou" porque deu espaço para as pessoas trans em uma época mais difícil. Lina logo respondeu e disse que as pessoas são muito "coniventes com os seus".
"Não vou nem discutir, nem mensurar em quantidade e nem me interessa tornar uma questão dele ou de outro. Mas do papel que ocupam e dentro e com os meios de comunicação, que criaram e mantiveram um pacto que até hoje tem seus efeitos", respondeu.
Outra internauta respondeu Linn da Quebrada e dizia que "chega um momento que a gente percebe que tentar contrapor esse preconceito contra a geração dele é inútil". "Por serem mais velhos se acham mais entendidos nesse quesito. Sofrer é inevitável, mas continuas a luta para esclarecer a nova geração é primordial", escreveu a seguidora.
"Não é inútil porque não é sobre eles. Não é sobre convencer e unificar. É por mim. Não consigo e nem quero agora, permitir que essa ideia se instaure e, cristalize e me mova. estou cansada, estamos, todas. Mas não vou me cansar menos ao aceitar q sofrer é inevitável", escreveu Linn da Quebrada.