O ex-presidente da Federação Espanhola de Futebol Luis Rubiales vai comparecer perante um juiz de um Tribunal Superior na sexta-feira por causa da denúncia de agressão sexual decorrente de seu beijo supostamente não consentido nos lábios da jogadora Jenni Hermoso -- um incidente que gerou furor sobre o sexismo no esporte e na sociedade espanhola.
Os acontecimentos de 20 de agosto ofuscaram a vitória da seleção feminina na Copa do Mundo em Sydney e provocaram protestos semelhantes ao movimento #MeToo, levando outras mulheres a apresentarem relatos de tratamento sexista e abusos.
Rubiales, de 46 anos, afirmou que o beijo foi mútuo e consensual. Depois de semanas resistindo aos apelos para que ele deixasse o cargo de presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Rubiales, já suspenso pela Fifa, finalmente renunciou no dia 10 de setembro.
Mas ele permanece irredutível.
"Sou uma boa pessoa, que num momento de máxima felicidade, com consentimento, pedindo antecipadamente... Na verdade, não pode haver outra intenção senão a celebração e a própria alegria", disse ele ao apresentador de televisão britânico Piers Morgan no domingo.
Ele comparou a atmosfera de celebração em Sydney a ganhar na loteria ou ver o fim de uma guerra, situações em que ele disse que "as pessoas não pedem permissão".
A vice-primeira-ministra da Espanha, Yolanda Díaz, classificou as ações de Rubiales como "vergonhosas" e disse que elas mostram que o chauvinismo masculino ainda é sistêmico na sociedade espanhola.