BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que vai discutir, nesta terça-feira, 23, o caso da indígena morta a tiros na Bahia com a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara. De acordo com o presidente, o governo federal está à disposição para resolver a questão de forma pacífica.
"Eu sei o que aconteceu lá, que morreu uma pessoa e outras estão feridas. Eu conversei com o Jerônimo (Rodrigues, governador da Bahia) domingo à noite, ontem à noite, agora de manhã. Ele me mostrou o que está fazendo. A minha ministra Sonia Guajajara foi lá na região", afirmou em entrevista ao programa "Bom Dia com Mário Kertész", da Rádio Metrópole de Salvador (BA).
"Eu queria dizer para o povo baiano que pode ficar tranquilo que vou discutir muito esse assunto hoje à tarde, aqui em Brasília, com a ministra. Quero colocar o governo federal à disposição para ajudar o Jerônimo e os povos indígenas para que a gente possa achar uma solução para que a gente resolva isso de forma pacífica", disse. Na fala, o petista também prestou solidariedade aos familiares da indígena assassinada.
O presidente aproveitou para reiterar seu compromisso de anunciar a "prateleira" de terras improdutivas ainda em 2024.
No domingo, 21, uma indígena da etnia pataxó foi morta e um cacique ferido na região de Potiraguá, no sudoeste da Bahia. Dois fazendeiros suspeitos foram presos. Outras duas pessoas ficaram feridas, uma delas um fazendeiro que foi atingido por uma flecha no braço.
Lula diz que esperava derrubada do veto ao marco temporal
Ainda na entrevista, Lula afirmou que esperava que o veto do marco temporal fosse derrubado pelo Congresso Nacional, mas que precisava vetar a medida por uma "questão política". Agora, segundo o presidente, "vamos ficar com a decisão da Suprema Corte".
"Obviamente que (o Congresso) ia derrubar o veto, é só ver qual é a maioria do Congresso Nacional, eu sabia que ia derrubar, mas vetei por uma questão evidentemente política", disse. "Era preciso que a sociedade, a humanidade soubesse que eu vetei o marco temporal que eles aprovaram." "Agora, vamos ficar com a decisão da Suprema Corte, que dá boas e muitas garantias aos indígenas brasileiros", afirmou.