Cerca de 2 mil indígenas, líderes políticos e de movimentos sociais do Brasil inteiro se reuniram na Praça da Cidadania, em Brasília, no Distrito Federal, nesta terça-feira, 6, para contestar o PL 490, do Marco Temporal. A medida possibilita a revisão da demarcação de terras indígenas e retira competências do Ministério dos Povos Indígenas.
A ministra Sônia Guajajara participou do ato e deixou clara sua posição contra a proposta, cuja votação será retomada no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta, 7.
"É um momento de tristeza, porque a cada dia nós confirmamos a tentativa de nos calar", desabafou. "Nós não vamos deixar acabar com o nosso ministério. Levamos 523 anos para que ele fosse criado; quiseram tirar o coração do nosso ministério que é a demarcação de terra. Mas nós não vamos recuar".
Para a ministra, o Marco Temporal é também uma ameaça à vida e à humanidade. Para ela, os ministérios dos Povos Indígenas e do Meio Ambiente são a garantia de futuro. "A luta pela mãe terra é a luta de todos", disse.
A mobilização contou com apoiadores de movimentos sociais e políticos, como Célia Xakriabá, Anielle Franco (ministra da Igualdade Racial), Silvio Almeida (ministro dos Direitos Humanos), Juliana Cardoso, Eunice Antunes, Zeca Pataxó, entre outros. A continuação do ato seguiu com vigília.