Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, fez revelações inéditas sobre momentos pessoais e intensos que viveu com o filho em uma entrevista ao Conversa com Bial. No programa desta terça-feira (12), ela falou sobre o lançamento de dois livros que eternizam o legado do cantor, organizados pelo escritor Ramon Nunes Mello, e ainda compartilhou detalhes de uma conversa franca e reveladora sobre a sexualidade do artista.
Entre memórias e saudades, Lucinha contou como, em certo momento, perguntou ao filho sobre suas preferências amorosas.
A resposta de Cazuza foi sincera e definitiva: "Mamãe, eu gosto de meninos e meninas. Agora, não se meta na minha vida, a vida é minha".
Para Lucinha, aquela conversa foi um divisor de águas: "Desde aquele dia eu nunca mais perguntei nada. Aceitei porque queria que ele fosse feliz. Contanto que fosse feliz, eu fiquei feliz junto com ele", declarou.
Os livros que celebram a essência de Cazuza
O primeiro lançamento, Meu Lance é Poesia, reúne 238 poemas escritos por Cazuza entre 1975 e 1989, incluindo 27 inéditos descobertos nos arquivos da Sociedade Viva Cazuza.
Já o segundo livro, Protegi Teu Nome por Amor, é uma fotobiografia com mais de 700 imagens, com relatos de amigos, prefácio de Gilberto Gil e um texto especial de Pedro Bial, que tornam a obra um retrato íntimo e completo de Cazuza, sua arte e sua vida.
A história por trás da prisão que quase virou "mugshot"
Entre os depoimentos que compõem o livro, uma história curiosa foi contada por Dé Palmeira, ex-integrante do Barão Vermelho e amigo de Cazuza. Ele relembrou uma madrugada em que a banda foi detida.
Em tom divertido, Dé contou que Cazuza, apesar de ter escapado da apreensão ao se manter "limpo" no andar superior do hotel, insistiu em acompanhar os amigos à delegacia.
"Na verdade, eu acho que o Cazuza queria um 'mugshot' daqueles, sabe?", brincou Dé, referindo-se às famosas fotos policiais de lendas como Bob Dylan e Elvis Presley.
Para o artista, estar na delegacia junto aos companheiros de banda parecia algo que engrandeceria sua "mitologia".