Me Too Brasil: o que é a ONG que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida

A organização é o braço brasileiro do movimento Me Too, uma campanha internacional contra assédio e violência sexual contra mulheres

6 set 2024 - 11h26
Resumo
O Me Too Brasil recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, que negou as acusações.
O ministro Silvio Almeida negou as acusações de assédio sexual
O ministro Silvio Almeida negou as acusações de assédio sexual
Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino

A organização Me Too Brasil revelou que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. A informação foi divulgada na última quinta-feira, 5, depois que o site Metrópoles publicou uma reportagem sobre o caso, destacando ainda que a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, seria uma das vítimas.

Segundo a ONG, as mulheres que denunciaram o assédio chegaram até a organização através dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico.

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"Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentaram dificuldades em obter apoio institucional para a validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa."

Em vídeo publicado no Instagram, o ministro Silvio Almeida negou as acusações. "Eu quero repudiar com absoluta veemência as mentiras, as falsidades que estão sendo assacadas contra mim."

O que é o Me Too Brasil?

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O Me Too Brasil é uma organização que presta apoio a vítimas de violência sexual, ajudando com informações jurídicas e apoio psicológico. Ela é o braço brasileiro do movimento Me Too, uma campanha internacional contra assédio e violência sexual contra mulheres.

"Nossa missão é apoiar vítimas de violência sexual a romperem o silêncio. Somos a primeira organização sem fins lucrativos do Brasil que dá suporte para pessoas de todas as idades, mulheres e homens", diz o site da organização.

O movimento Me Too ("Eu Também" em português) ganhou visibilidade a partir de 2017, quando a atriz Alyssa Milano pediu que as vítimas de violência sexual usassem a hashtag #MeToo nas redes sociais para contar suas histórias após a série de denúncias contra o produtor Harvey Weinstein, acusado por diversas mulheres de abuso sexual e estupro. A ativista estadunidense Tarana Burke começou a usar a frase "Me Too" em 2006, para aumentar a conscientização sobre a questão do assédio na sociedade.

De acordo com o site da organização brasileira, toda a equipe "trabalha de forma totalmente voluntária e conta com mulheres - e homens - comprometidos com o enfrentamento da violência sexual no Brasil e com ampla expertise em suas respectivas áreas de conhecimento".

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A organização, além de ajudar vítimas de violência, também aceita pessoas que queiram ajudar o Me Too Brasil ou apenas publicar um desabafo sobre um episódio de violência no site, sem atendimento pela equipe especializada.

"Estes são alguns relatos cuja autorização foi dada pela vítima para publicação. Os textos são escritos pelas próprias mulheres sobreviventes, as edições estão marcadas e visam manter o anonimato dos relatos ou retirar menções a marcas e empresas", informa a ONG na página de desabafos.

Em agosto de 2021, o Me Too Brasil completou um ano de existência e revelou que recebeu 151 relatos de vítimas de violência sexual. "Desses, 77 usaram a plataforma para desabafar e contar suas histórias; as outras 74 buscaram por ajuda – sendo que 68 desses atendimentos resultaram no encaminhamento para rede de proteção do Estado", afirmou a organização na época, através do Instagram.

Fonte: Redação Nós
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