Médica acusa filho de Lula de agressões físicas e psicológicas: 'me deu cotovelada na barriga'

Em boletim de ocorrência, ex-namorada de Luís Cláudio Lula da Silva afirma que ele teria dito que acabaria com sua 'alma' e ninguém acreditaria nela por ele ser filho do presidente da República; 'Meu pai vai me proteger e (você) vai sair perdendo', ela relatou à polícia

2 abr 2024 - 19h32
(atualizado em 3/4/2024 às 09h22)
Foto: Reprodução/Instagram/@luisclaudioluladasilva

Uma médica de 29 anos registrou boletim de ocorrência online e acusou o filho mais novo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de agressões físicas e psicológicas. Os dois mantiveram relação nos últimos dois anos, mas se separaram, segundo ela, depois de a mulher descobrir supostas traições de Luís Cláudio Lula da Silva, de 39 anos. O documento cita cinco acusações contra Luís Cláudio (violência doméstica, ameaça, vias de fato, violência psicológica contra a mulher e injúria). Advogados de Luís Cláudio disseram que as declarações são "fantasiosas" e pedirão reparação por danos morais (leia abaixo).

"As agressões são de natureza física (oportunidade em que me deu uma cotovelada na barriga em uma das brigas no final de janeiro deste ano), verbal, psicológica e moral, e têm se intensificado ao longo do tempo, colocando em risco a minha integridade física e mental", declarou no documento registrado às 15h17 desta terça-feira, 2, junto à Polícia Civil. A agressão teria ocorrido depois de a mulher tentar pegar o celular do acusado.

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Ela afirmou ainda que não registrou ocorrência anteriormente porque Luís Cláudio teria dito que não aconteceria nada por ele ser filho do presidente da República.

"De acordo com a narrativa, a vítima não registrou o boletim de ocorrência anteriormente, pois o autor a intimida, utilizando o fato de ser filho do presidente da República dizendo 'meu pai vai me proteger e (você) vai sair perdendo, eu vou acabar com sua alma' e 'vou falar para todos que você é uma insana, ninguém irá acreditar em você'", registrou no documento ao receber primeiro atendimento da Delegacia da Mulher da capital paulista.

Ainda segundo o boletim de ocorrência, a ex-namorada de Luís Cláudio disse ter se afastado do trabalho por um mês devido "ao trauma causado pelas agressões". Ela também relatou ter sido hospitalizada com crises de ansiedade e ser ofendida constantemente pelo acusado.

A advogada da médica, Gabriela Schievano Sançana, disse ao Estadão que a cliente está abalada e com crise de ansiedade diante do caso. Ela também citou que a iniciativa da cliente serve como exemplo para outras mulheres tomarem, cada vez mais, ciência da legislação, como a Lei Maria da Penha, e evitarem casos do tipo. À noite, Gabriela e o também advogado Matheus Carloto Cavallini soltaram nota para afirmar que medidas protetivas foram determinadas pela Justiça "visando assegurar integridade e segurança física" da médica.

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Procurada, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo afirmou que a 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), no Cambuci, investiga o caso. "Uma mulher, de 29 anos, registrou um boletim de ocorrência contra seu companheiro, de 39 anos, pelos crimes de violência doméstica, ameaça, vias de fato, violência psicológica contra a mulher e injúria, nesta terça-feira (2), pela Delegacia da Mulher Online. As ações teriam tido início em janeiro deste ano. As investigações foram encaminhadas para a 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DMM), que prossegue com as diligências com o objetivo de esclarecer os fatos", disse a pasta, por meio de nota.

A defesa de Luís Cláudio Lula da Silva afirmou, por meio de nota, ter tomado conhecimento dos fatos narrados no boletim de ocorrência e as classificou como "fantasiosas". A defesa diz ainda que as acusações se enquadram nos crimes de "calúnia, injúria e difamação" contra Luís Cláudio. Eles não descartam entrar com ação por danos morais contra a médica.

"Na condição de advogada de Luís Cláudio Lula da Silva, tomamos conhecimento das fantasiosas declarações que teriam sido proferidas pela médica, atribuindo ao nosso cliente inverídicas e fantasiosas agressões, cujas mentiras são enquadráveis nos tipos dos delitos de calúnia, injúria e difamação, além de responder por reparação por danos morais, motivos pelos quais serão tomadas as medidas legais pertinentes", disse a advogada Carmen Silvia Costa Ramos Tannuri.

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