Metade das mulheres trans e travestis de 5 capitais brasileiras já sofreu violência sexual

Mulheres trans e travestis em situação de vulnerabilidade foram as que mais sofreram, segundo pesquisa

20 ago 2024 - 17h29
O estudo, realizado entre 2019 e 2021, analisou a saúde de 1.317 mulheres trans e travestis
O estudo, realizado entre 2019 e 2021, analisou a saúde de 1.317 mulheres trans e travestis
Foto: iStock

Uma pesquisa revelou que 53% das mulheres trans e travestis em cinco capitais brasileiras enfrentaram pelo menos uma situação de violência sexual ao longo de suas vidas, com 64% dessas mulheres sendo agredidas mais de uma vez.

O estudo, realizado entre 2019 e 2021, analisou a saúde de 1.317 mulheres trans e travestis nas cidades de Porto Alegre (RS), São Paulo (SP), Campo Grande (MS), Manaus (AM) e Salvador (BH). A pesquisa foi conduzida pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. 

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Pelo menos um terço das mulheres trans ouvidas passsou por abusos em sua primeira relação sexual. As mulheres trans e travestis em situações mais vulneráveis, como aquelas sem moradia, envolvidas no trabalho sexual ou com dificuldades de acessar cuidados médicos, foram as que mais sofreram essas violências.

Entre os agressores, havia uma mistura de desconhecidos (36%), pessoas do círculo social da vítima (33%) e, em alguns casos, até familiares ou parceiros (31%). 

Segundo um comentário da pesquisadora Bruna Hentges ao Metrópoles, um dado surpreendente foi a relação entre escolaridade e a percepção de violência sexual. Mulheres com menor nível educacional relataram menos casos de agressão. 

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Hentges sugere que isso pode estar relacionado a falta de compreensão sobre o que constitui violência sexual, especialmente entre aquelas que vivem em condições de alta vulnerabilidade social, o que pode levar a não reconhecerem as situações de abuso que enfrentaram.

A pesquisa faz parte do projeto TransOdara, integrando diversos núcleos de pesquisa do país. Foi financiada pelo Ministério da Saúde e pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), e foi divulgado pela primeira vez pela Agência Bori.

Fonte: Redação Nós
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