A atleta Mariana D'Andrea, que é uma pessoa com nanismo, é uma das grandes promessas do Brasil no halterofilismo, nas Paralimpíadas de 2024.
A atleta com nanismo Mariana D'Andrea, 26 anos, é um dos nomes de destaque no halterofilismo brasileiro e promete subir mais uma vez no pódio nas Paralimpíadas de 2024. Nos Jogos de Tóquio 2020, ela conquistou o ouro na categoria até 73kg e ainda foi a primeira brasileira a ganhar uma medalha no halterofilismo.
"Ser a primeira mulher a conquistar uma medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos, na minha modalidade, mudou totalmente não só a minha vida, como também do halterofilismo", disse a atleta, em entrevista ao Terra NÓS.
E de acordo com ela, que está preparada para o evento esportivo, a meta é fazer o Brasil sair vitorioso da competição. "A minha expectativa e o meu objetivo é trazer mais uma medalha de ouro [para o país]", afirmou Mariana, que também é campeã mundial.
A caminhada até o topo
Mariana D'Andrea não se lembra exatamente quando descobriu o nanismo, mas ressalta que a condição nunca foi uma questão para ela. "Os meus pais já tinham me falado quando eu era mais nova, mas eu não tinha essa noção. Foi com o passar do tempo que percebi, mas em momento algum isso mexeu comigo, me abalou, nada disso", contou.
Segundo a atleta, ela não teria chegado onde está atualmente sem o incentivo de seu atual treinador, que a viu na rua, em 2015, e a convidou para praticar halterofilismo. Ela também foi muito incentivada por ele e pela família.
"No começo, quando eu conheci o esporte, eu não queria praticar e, por muita persistência deles, eu fiquei treinando. Até que eu cheguei em uma competição e vi um mundo diferente do que eu vivia e comecei a gostar. Então, fiquei treinando com mais motivação", revelou à reportagem.
"O halterofilismo surgiu no momento certo da minha vida. Estou até hoje e não pretendo sair. Depois que eu entrei para o halterofilismo, eu vi que poderia alcançar, sim, os meus objetivos e chegar muito longe."
Como uma mulher com nanismo que levanta peso, Mariana não se recorda de, algum dia, já ter sofrido preconceito, não explicitamente. Segundo ela, muitos dos olhares que recebe são de admiração.
"Acho que as pessoas admiram o peso que eu levanto, 151 quilos. E elas me olham assim, não com um olhar de preconceito", finalizou.