Milton Cunha relata surras e ataques homofóbicos na infância: "Eu tinha medo de me matarem"

O carnavalesco de 62 anos disse que já apanhou do irmão, de familiares e também na escola

9 dez 2024 - 11h54
Resumo
O carnavalesco e comentarista Milton Cunha revelou ter sofrido homofobia desde a infância, mas afirmou que isso não o impediu de ser quem realmente é.
"E eu era uma criança bicha, uma criança viada. Eles não sabiam o que fazer de mim", disse Milton Cunha sobre os pais
"E eu era uma criança bicha, uma criança viada. Eles não sabiam o que fazer de mim", disse Milton Cunha sobre os pais
Foto: Reprodução: Instagram/miltoncunhaoficial

O carnavalesco e comentarista Milton Cunha, 62 anos, revelou que já sofreu muita homofobia, inclusive na infância. Ele, que tem um estilo colorido e espalhafatoso, disse que com quatro anos de idade já colocava a flor bromélia na cabeça.

"Meu pai ficava desesperado, minha mãe enlouquecida. Eles colocaram toda aposta em mim para eu ser um príncipe hétero, continuar a história. E eu era uma criança bicha, uma criança viada. Eles não sabiam o que fazer de mim", disse ele durante um painel no estande da Globo, na CCXP 24, na última quinta-feira, 5, segundo o Notícias da TV.

Publicidade

De Marajó para o Rio com 100 reais no bolso: conheça trajetória de Milton Cunha De Marajó para o Rio com 100 reais no bolso: conheça trajetória de Milton Cunha

De acordo com Milton, ele apanhava de todo mundo. "Apanhava de irmão, apanhava de família, apanhava na escola. Eu era muito pintosa. E aí eu dizia: 'Não vou negociar. Vou apanhar, não tem o menor problema, bate. Mas eu vou ser melhor ainda depois da surra. Pode bater que eu vou me recriar, lindo'. Nada me segurou", afirmou.

O comentarista ainda contou que teve medo de morrer por conta dos ataques homofóbicos. "Eu tinha medo de morrer, de me matarem, como matam muitas crianças gays por aí. O Brasil é o país que mais mata [pessoas] trans no mundo. Este país tem um problema de machismo, este país é hipócrita. Nós temos que melhorar nas próximas gerações", declarou.

"Eu sobrevivi, fiz de mim o que eu queria. Eu já nasci assim, brilhoso, todo enfeitado. Eu nasci na Amazônia, em Belém do Pará. Eu via os indígenas com aqueles cocares, a pele pintada de vermelha urucum, eu amava. Eu queria ser aquilo. Eu não queria viver de paletó e gravata, eu queria me enfeitar", disse ele.

Publicidade
Fonte: Redação Nós
TAGS
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se