Ministério determina envio da Força Nacional para o Amazonas

Por 90 dias, a Força Nacional deve atuar também no estado de Roraima

10 jun 2022 - 03h59
(atualizado às 12h03)
Homens da Força Nacional
Homens da Força Nacional
Foto: Mário Vilela/Funai/Agência Brasil / Estadão

O Ministério da Justiça e da Segurança Pública determinou nesta sexta-feira, 10, a liberação do uso da Força Nacional no Amazonas. A pasta especifica que o contingente militar será destinado em "ações de combate ao crime organizado, ao narcotráfico e aos crimes ambientais". A decisão foi publicada no Diário Oficial da União.

De acordo com a portaria, fica autorizado, por 90 dias, operações "na calha do Rio Negro e Solimões, no Estado do Amazonas, em atividades e serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio".

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O envio da corporação tem o objetivo de auxiliar na "Operação Arpão I", capitaneada pelo governo estadual. A ordem foi assinada pelo secretário Executivo da pasta, Antônio Ramirez Lorenzo.

    Além do Amazonas, o ministério também autorizou o uso da Força Nacional nas cidades de Boa Vista e Pacaraima, em Roraima. Conforme o documento, assinado pelo ministro Anderson Torres, a atuação deve ser designada à "preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio". O apoio será utilizado por 90 dias.

    Amazonas

    O emprego da Força Nacional no estado Amazonas é simbólico neste momento em que o mundo está com os olhos voltados para o local. O desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips ocorreu justamente no estado na região do Vale do Javari. Protestos foram registrados solicitando mais atenção do Governo Federal para o caso.

    Manifestação e pressão, inclusive, na Cúpula das América. Jair Bolsonaro participa do encontro nos Estados Unidos, que tem como pauta respeito à democracia, aos direitos humanos e ao meio ambiente. O brasileiro desembarcou no país sob forte cobrança de aliados do presidente Joe Biden para desvendar o sumiço do britânico e do brasileiro, que estão desaparecidos desde o último domingo.

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    Se, no início da semana, Bolsonaro adotou um discurso em que jogava a culpa para os desaparecidos, nesta quinta-feira, 9, o presidente foi ao twitter para reiterar o uso das forças de segurança para solucionar o caso.

    Ontem à noite, a Justiça do Amazonas decretou a prisão temporária, pelo prazo de 30 dias, de Amarildo da Costa de Oliveira, o Pelado. Ele é suspeito envolvimento no desaparecimento do indigenista e do jornalista inglês.

    Roraima

    Comunidade ianomâmi de Aracaçá, em Roraima, onde as três indígenas foram raptadas por garimpeiros Foto: Divulgação

    Há pouco mais de um mês, congressistas brasileiros foram à Boa Vista após denúncias de estupro e morte de uma menina ianomâmi de 12 anos por garimpeiros. A garota teria sido sequestrada na aldeia Aracaçá, na região de Wiakás, na TI Yanomami, e levada para um acampamento junto com uma mulher e outra criança de 4 anos. Segundo a denúncia, a mulher e essa criança caíram no rio Uraricoera, mas apenas a indígena adulta sobreviveu.

    Equipe integrada pela Polícia Federal, Ministério Público Federal (MPF), Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), com apoio do Exército e da Força Aérea Brasileira (FAB) também foi ao local.

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