Ministro Silvio Almeida aciona CNJ para caso de homem negro condenado por foto

Paulo Alberto da Silva, de 36 anos, foi preso em 2020 após uma revista policial e, desde então, foi alvo de 62 processos

4 out 2023 - 11h38
(atualizado às 11h38)
Paulo Alberto da Silva, de 36 anos, foi liberado por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
Paulo Alberto da Silva, de 36 anos, foi liberado por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
Foto: Reprodução/TV Globo

Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos, irá acionar o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para que o caso de um homem negro preso por três anos com base em reconhecimento fotográfico seja apurado. Em maio deste ano, o porteiro Paulo Alberto da Silva, de 36 anos, foi liberado por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em 2020, a delegacia de Belford Roxo, no Rio de Janeiro, colocou uma foto de Paulo, postada em seu Facebook, no banco de fotos de suspeitos. Um dia, ele foi revistado pela polícia e acabou sendo preso. Apenas com o reconhecimento da foto, Paulo sofreu 62 processos e foi condenado em 11.

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De acordo com o STJ, a Polícia Civil não apresentou provas que confirmem os crimes que Paulo Alberto teria cometido. Ministros indicaram racismo no caso, além de "erro judiciário gravíssimo", segundo informações do Metrópoles. Para o ministério, o porteiro sofreu violações de direitos humanos e as irregularidades do caso ainda não foram apuradas integralmente. 

Reconhecimento fotográfico

A polícia usa um álbum físico ou digital com fotos de pessoas para que a vítima indique o autor do crime. Elas são selecionadas através de redes sociais ou álbuns policiais. 

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De acordo com as diretrizes da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o reconhecimento fotográfico é possível, mas precisa seguir os mesmos procedimentos de um reconhecimento pessoal. Uma pesquisa da Defensoria Pública do Rio de Janeiro citada no site do STJ diz que, entre 2014 e 2019, cerca de 53 pessoas foram acusadas injustamente no estado com base no reconhecimento por foto. As pessoas foram absolvidas, mas 50 delas foram presas preventivamente.

Fonte: Redação Nós
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