Mulher é morta com três tiros pelo ex-marido na Vila Leopoldina, zona oeste de SP

Assassino foi encontrado pela polícia, mas cometeu suicídio durante as negociações para se entregar; feminicídios tiveram alta no Estado

1 ago 2023 - 19h31
(atualizado em 2/8/2023 às 11h15)

Um homem de 56 anos assassinou a ex-mulher com três tiros e depois se matou na manhã desta terça-feira, 1º, na Vila Leopoldina, na zona oeste de São Paulo. O caso foi registrado como feminicídio e suicídio pelo 91º Distrito da Policial Civil (Ceasa).

O autor do crime foi identificado como José Roberto Leandro, analista financeiro que se separou havia poucos meses da secretária Jussara Burguês, de 46 anos. Ele aguardou a ex-mulher sair para o trabalho, por volta das 9 horas.

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Leandro a encurralou em frente ao condomínio onde ela morava, na rua Carlos Weber, e fez quatro disparos. Três tiros acertaram a vítima. Ela foi socorrida ainda com vida e encaminhada pela Unidade de Resgate ao Pronto Socorro da Lapa, também na zona oeste de São Paulo, mas não resistiu.

O assassino fugiu e foi encontrado pela Polícia Militar em sua casa, cerca de duas horas depois. Ele se trancou na residência e pediu um psicólogo e um advogado ao Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da PM. Durante as negociações, Leandro chegou a dizer que iria se entregar, mas atirou contra si mesmo. Ele morreu no local.

Crime ocorreu na Rua Carlos Weber, na Vila Leopoldina
Crime ocorreu na Rua Carlos Weber, na Vila Leopoldina
Foto: Google Street View

Um revólver 9 milímetros foi utilizado para o assassinato e para o suicídio. Segundo informações da Polícia Civil, ela pertencia a Leandro, que tinha os registros em dia. Não havia histórico de violência doméstica registrado pela Polícia Civil.

O ex-casal não tinha filhos. A ocorrência foi acompanhada por uma irmã de Jussara, que mora em Campinas.

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O total de feminicídios no Estado de São Paulo teve alta de 33% no 1º semestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Nos seis primeiros meses do ano passado, foram 83 mortes desse tipo. Entre janeiro e junho de 2022, foram 111 registros.

Supremo derruba tese da legítima defesa da honra

Nesta terça-feira, por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal derrubou a tese de legítima defesa da honra, usada como argumento para justificar feminicídios em ações criminais, sobretudo quando os réus são levados a júri popular. Com a decisão, a defesa de acusados, a Promotoria, a polícia e a Justiça não podem usar a tese durante a investigação ou julgamento de feminicídios.

Em 2015, o governo federal sancionou a Lei do Feminicídio, que transforma em crime hediondo o assassinato de mulheres decorrente de violência doméstica ou de discriminação de gênero.

Normas sobre armas passaram por revisão

Desde o mês passado, foram retomadas normas de concessão de armas a civis que existiam em 2018. Pistolas 9mm, como a usada no feminicídio da Vila Leopoldina, a arma .40 e .45 ACP voltaram a ser de uso restrito das forças de segurança. Armas longas de alma lisa semiautomáticas também passam a ser restritas, conforme as novas regras do Ministério da Justiça.

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