Uma mulher foi expulsa de um avião da Gol na madrugada de sexta-feira, 28, para sábado, 29, que saía de Salvador com destino a São Paulo. Testemunhas citam racismo como elemento motivador do episódio.
Em imagens que circulam na internet é possível enxergar a mulher, identificada como Samantha Vitena, dentro do avião, questionando a abordagem dos funcionários da companhia aérea.
Segundo Pedro Henrique, que estava no local, quando a mulher entrou na aeronave foi informada pela tripulação que não tinha mais lugar para acomodar sua mochila. A passageira, porém, sinalizou que o conteúdo da mala era sensível e que seu notebook seria prejudicado se fosse despachado. Na hora, funcionários foram irredutíveis: "Se não despachar, a gente não decola".
Com ajuda de passageiros, Samantha teria encontrado um local adequado para colocar sua bagagem. Além disso, segundo o relato de Pedro Henrique, apesar de a conversa tensa entre Samantha e os funcionários da Gol ter tomado relativo tempo, anteriormente o embarque já tinha atrasado cerca de uma hora.
Com a bagagem alocada devidamente, a viagem poderia seguir. Porém, o voo continuou a atrasar. Em um determinado momento a Polícia Federal entrou no na aeronave e retirou Samantha.
Em nota, a Gol "informou que, durante o embarque do voo G3 1575 (Salvador - Congonhas), havia uma grande quantidade de bagagens para serem acomodadas a bordo e muitos clientes colaboraram despachando volumes gratuitamente. Mesmo com todas as alternativas apresentadas pela tripulação [sem citar quais as medidas], uma cliente não aceitou a colocação da sua bagagem nos locais corretos e seguros destinados às malas e, por medida de segurança operacional, não pôde seguir no voo".
"Lamentamos os transtornos causados aos clientes, mas reforçamos que, por medidas de segurança, nosso valor número 1, as acomodações das bagagens devem seguir as regras e procedimentos estabelecidos, sem exceções. A companhia ressalta ainda que busca continuamente formas de evitar o ocorrido e oferecer a melhor experiência a quem escolhe voar com a GOL e segue apurando cuidadosamente os detalhes do caso", completou no comunicado.
A reportagem do Terra entrou em contato com a Polícia Federal, mas não teve retorno até a publicação desta matéria. A assessoria do aeroporto de Salvador também não se pronunciou sobre o assunto. A defesa de Samantha não foi encontrada.
CRIME DE RACISMO NO VÔO DA gol @VoeGOLoficial
É todo dia isso, não aguentamos mais, cara! pic.twitter.com/3wlsIvIEqR
— Priiib (@lutepelosus) April 29, 2023