Mulher reencontra ex após 55 anos, se casa e escreve livro

Mary Porto e Raymond Widmer se conheceram em 1958, na Suiça, mas só em 2014 se reencontraram

10 jun 2022 - 16h24
(atualizado às 18h49)
Mary Porto e Raymond Widmer escreveram o livro 'A Carta Amarela', onde narram a sua incrível história de amor
Mary Porto e Raymond Widmer escreveram o livro 'A Carta Amarela', onde narram a sua incrível história de amor
Foto: Instagram/@a_carta_amarela / Reprodução

Algumas histórias de amor não acabam, mesmo que leve 55 anos para que os enamorados se reencontrem. A artista plástica Mary Porto sabe muito bem disso. Após três casamentos, três filhos e oito netos, aos 74 anos, ela recebeu uma carta de um antigo amor, eles se reencontraram e se casaram.

Mary conheceu Raymond Widmer em Lausanne, na Suiça. Um tinha 18 anos, o outro estava com 19. Após algumas trocas de olhares pelos corredores da escola de artes, começaram a sair.

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"Nesse primeiro encontro, falamos sobre minha viagem, o Brasil, arte e música. Ele me perguntou se poderia me chamar de Mitsouko, que era o perfume da Guerlain que eu usava na época. Claro que sim. O passeio virou nossa rotina nas duas semanas que se seguiram", relembrou Mary à revista Marie Claire. 

Todos os dias, segundo ela, Raymond a esperava na porta da classe e, de mãos dadas, descíam as ladeiras da cidade. "Tomávamos um café, ele me levava para a pensão onde eu morava e pegava o trem de volta para casa. Sem tempo a perder, resolvi fazer logo o teste do beijo. Roubei um selinho dele enquanto nos despedíamos. Uma delícia."

A experiência é descrita por Mary como um sonho, que durou seis meses. "Ele era romântico, atencioso. Um lorde. Mas a comissão brasileira da qual meu pai fazia parte estava voltando ao Brasil e eu precisava acordar. Nunca vou me esquecer do dia em que Raymond me deixou na estação. Parecia cena de filme. O trem seguindo, e eu vendo sua imagem diminuir de tamanho até sumir de vez",

De volta ao Brasil, a dificuldade em manter a comunição esfriou a relação e o pai Mary a fez terminar com o suíço. Pouco tempo depois, ela reencontrou um amigo de infância, com quem se casou. Já divorciada do terceiro marido, por volta de 2014, Mary recebeu em seu ateliêr uma carta amarela.

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"Demorei alguns minutos para abrir a carta. Quando o fiz, o choque: era de Raymond, o suíço com quem havia namorado 55 anos antes. Eu poderia esperar tudo, menos uma carta do Raymond. Durante todos aqueles anos, me perguntava o que teria sido de sua vida", lembra a artista plástica, que usou o endereço de e-mail descrito no fim da carta para manter a comunicação. 

"Estava nervosa demais para escrever qualquer coisa. Mas respirei fundo. Comecei dizendo que, sim, a carta na garrafa havia chegado à praia certa. Depois, questionei o porquê daquele contato após 55 anos. No dia seguinte, recebi a resposta: 'Porque nunca te esqueci!'. Meu coração disparou. Começamos a conversar virtualmente", relembrou. 

Mary descobriu que Raymond foi casado uma única vez, por 40 anos, e que sua mulher havia morrido de câncer. Um belo dia, enquanto ele arrumava as gavetas, encontrou um insqueiro que a artista plástica brasileira havia lhe dado de presente, em 1958, junto com uma foto. Ele decidiu procurá-la. Por sorte, Mary voltou a usar o nome de solteira, o que facilitou a sua busca. Após um mês de conversa diária, por e-mail e Skype, Raymond "tomou a atitude" que Mary sempre esperou e disse que viria ao Brasil. 

Mas o passaporte vencido atrapalhou os planos. "Me ofereci para visitá-lo nas férias de julho. Ele adorou a ideia e disse que poderia me hospedar na casa dele, em um quarto separado, para me deixar confortável. Uma semana antes de embarcar, no entanto, resolvi contar a novidade para meus outros filhos e netos, que acharam aquilo absurdo."

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Apesar do medo, a brasileira seguiu seu coração e voou para a Suíça. "Cheguei ao aeroporto de Zurique e lá estava ele. Casaco preto de couro, cabelo branco… Bonitão, como sempre. Nos abraçamos longamente. Antes de dirigir duas horas para casa, paramos para comer e conversar. Dez dias depois, estávamos na cama e, como um raio, ele se levantou. Nu, sacou um anel e o colocou no meu dedo. Aos 74, eu me casava pela quarta vez", contou Mary que escreveu junto com Raymond o livro 'A Carta Amarela', onde retratam a sua história de amor. 

Fonte: Redação Terra
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