Mulher trans compartilha relato de agressão em casa de samba: “Incrédula com tanta violência que passei”

Zuri usou o Instagram para relatar o que aconteceu; estabelecimento desmente versão e afirma que foi alvo de boatos

22 jan 2024 - 12h04
(atualizado às 12h20)
Zuri relatou que está com diversos hematomas e que foi agredida por um grupo de homens
Zuri relatou que está com diversos hematomas e que foi agredida por um grupo de homens
Foto: Reprodução: Instagram/zurialm/casaraodofirmino

Na última sexta-feira, 19, duas mulheres trans foram agredidas após um samba no Casarão do Firmino, na Lapa, localizado no Rio de Janeiro. Nas redes sociais, uma das vítimas, Zuri, relatou o que teria acontecido.

De acordo com Zuri, ela e sua irmã, que também é uma mulher trans, teriam sido agredidas por um grupo de mais de 15 homens. A modelo ainda relata que ela e Lua, a outra vítima, estão com hematomas por todo o corpo, além de um nariz quebrado esperando por uma cirurgia. “Ainda incrédula com tanta violência que passei”, escreveu.

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"Não parece ser trans" e outras frases que não se deve dizer a uma pessoa trans "Não parece ser trans" e outras frases que não se deve dizer a uma pessoa trans

Após um desentendimento dentro do estabelecimento, as mulheres teriam sido jogadas para fora da casa de shows, onde as agressões continuaram, com a participação de seguranças, ambulantes e motorista de aplicativo. 

“Após me retirar agressivamente do samba iniciaram uma agressão verbal com falas transfóbicas como: 'pode bater que é tudo homem, 'nela [uma segunda irmã da denunciante, que é uma mulher cisgênero] eu não bato, mas em vocês dois eu meto a porrada', 'eu pensava que era mulher, senão já tinha batido antes', nos jogaram no chão e nos chutaram por todo o corpo, cabeça e rosto”, compartilhou Zuri.

Com a ajuda de pessoas que estavam no local, as mulheres foram colocadas em um táxi, no entanto, as agressões não pararam. “Os seguranças do casarão fizeram uma barreira humana na rua e impediram de o táxi sair, falaram que a gente não iria sair dali”, relatou.

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A modelo disse ainda que pediu para o taxista fechar a janela do veículo para que elas pudessem fugir das agressões, mas, antes mesmo de subir os vidros, os seguranças tiraram o motorista do carro para agredir novamente as mulheres. “Falam para gente descer e sair andando de lá, começo a dizer que parem, que estamos muito machucadas e um deles abre a porta de onde estou e dá um pisão em meu rosto”, contou. 

Após conseguirem sair do local e sem ter como pedir ajuda, depois da agressão e furto, as vítimas pediram ajuda para uma viatura de polícia que encontraram por perto, sendo levadas para registrar um boletim de ocorrência na 5ª DP do Rio de Janeiro. 

No Instagram, o Casarão do Firmino se pronunciou afirmando que estão sendo alvos de boatos. “Esclarecemos que o samba havia terminado quando um grupo, já do lado de fora, começou a arremessar garrafas em direção à grade onde ficam os colaboradores. Dois seguranças do Casarão foram atingidos, socorridos e, em seguida, prestaram depoimento em sede policial, sendo encaminhados para exame de corpo de delito”, disse a casa de shows.

O estabelecimento destacou também que “repudia com veemência todos os tipos de violência. Com a mesma força, combate qualquer mentira criada para ocultar os verdadeiros provocadores e culpados dessa confusão”.

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O Terra Nós entrou em contato com a delegacia para um pedido de esclarecimento a respeito do caso e eventuais atualizações serão adicionadas na matéria.

LGBTfobia é crime. Saiba como denunciar 

LGBTfobia é crime, com pena de prisão prevista em lei. Ao presenciar qualquer episódio de LGBTfobia, denuncie. Você pode fazer isso por telefone, ligando 190 (em caso de flagrante) ou 100 a qualquer horário; pessoalmente ou online, abrindo um boletim de ocorrência em qualquer delegacia ou em delegacias especializadas.

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Fonte: Redação Nós
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