O namorado da médica encontrada morta dentro de uma mala no apartamento em que morava em São José do Rio Preto (SP) foi preso na noite deste sábado, 19, suspeito pelo crime. A informação foi confirmada pela Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) ao telejornal 'TEM Notícias 2ª Edição', afiliado à Rede Globo na região.
De acordo com o telejornal, o suspeito foi identificado como Davi Izaque Martins Silva, de 26 anos. Segundo os investigadores, imagens de câmeras de monitoramento do prédio, analisadas durante a apuração do caso, mostram o rapaz deixando o condomínio da vítima e entrando em um corrida de aplicativo logo após ela ser morta.
O suspeito foi preso por policiais do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) no bairro Vila Elmaz, também em São José do Rio Preto, na casa da mãe dele.
Segundo a Polícia Civil informou à TV Globo, Davi chegou a sair da cidade e ir à Olímpia após a morte da médica Thallita da Cruz Fernandes, de 28 anos, mas depois ele retornou ao município, onde foi localizado pelos policiais.
O delegado à frente do caso já havia pedido a prisão temporária do suspeito, que foi aceita pela Justiça, e ele permanece preso. Ainda não há informações sobre o depoimento do investigado e se ele confessou o crime.
O Terra tenta localizar a defesa de Davi Izaque. O espaço segue aberto para manifestações.
Quem é a vítima
Thallita sonhava desde à infância em se tornar médica e fez quatro anos de cursinho para ser aprovada na faculdade, segundo ela relatou em um post feito em 2021 em uma rede social, ano em que se formou na área da saúde. Natural de Guaratinguetá, ela se mudou para Rio Preto após ser aprovada na universidade.
"Hoje concretizo meu sonho de infância de me formar em uma faculdade pública de excelência. Agradeço aos meus pais por terem me dado todo o apoio necessário, desde quando me incentivavam (e muito) a estudar no colégio até toda a base emocional e financeira nos anos de cursinho e faculdade", escreveu ela naquele ano.
Formada pela Faculdade de Medicina de Rio Preto, ela começou a carreira na medicina atuando na linha de frente do combate à pandemia da covid-19, segundo informações do jornal O Globo.
Nas redes sociais, Thallita demonstrava ser muito apegada à família e sempre compartilhava registros com os pais. Durante a pandemia, a médica fazia postagens contra a desinformação e orientando sobre a importância do uso de máscaras, do distanciamento social e da vacinação.
Atualmente, Thalitta trabalhava como plantonista em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) em Bady Bassitt, cidade vizinha ao município de São José do Rio Preto, onde morava.
O crime
Policias militares foram acionados para atender a ocorrência e, ao chegaram no local, encontraram a vítima já morta e com ferimentos de faca pelo corpo.
De acordo com o jornal O Globo, a mala em que a vítima foi encontrada estava guardada no armário do apartamento em que morava, em um condomínio de classe média. O namorado dela, suspeito pelo crime, estava com ela há cerca de um ano e meio e não teria aceitado a decisão da jovem de terminar o relacionamento.
Segundo o jornal, os amigos e familiares de Thallita se preocuparam que algo poderia ter ocorrido com a médica quando ela parou de responder às mensagens, na noite de quinta-feira, 17. A suspeita deles aumentou quando, durante a madrugada, eles receberam mensagens pelo número da profissional de saúde, mas perceberam que a linguagem usada era diferente da que a médica costumava utilizar.
"Parentes e amigos da médica não conseguiram contato com ela desde a noite anterior [de quinta-feira], e foram acionadas as polícias Civil e Militar para a ocorrência. Quando a PM chegou no local, já constatou que a vítima estava morta dentro do apartamento", disse em entrevista ao O Globo o delegado à frente do caso, Alceu Lima de Oliveira Jr.
À polícia, testemunhas afirmaram terem ouvido uma briga no apartamento, na madrugada em que ela morreu. Além disso, imagens de câmeras de monitoramente do prédio, analisadas pelos policiais, mostram o namorado dela deixando o condomínio e entrando em um corrida de aplicativo logo após ela ser morta.
Médica recebeu homenagens
Nas redes sociais, a Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp) lamentou a morte da profissional. "Com pesar, a Diretoria da Famerp lamenta profundamente o falecimento trágico da aluna da turma 49, Thalita Fernandes. Sua partida prematura nos entristece. Nossos sentimentos aos familiares e amigos neste momento de tristeza e consternação", escreveu.
A Fundação Faculdade Regional de Medicina de São José do Rio Preto (Funfarme) também fez uma postagem prestando condolências aos familiares e amigos de Thallita. "Em nome de todos seus diretores, corpo clínico e colaboradores, o Complexo Funfarme manifesta profundo pesar pela morte da médica Thallita da Cruz Fernandes. Formada em 2021 pela Famerp, Thallita atuou para melhor atendimento de centenas de pacientes. A Funfarme manifesta suas condolências à amigos e familiares".
A Prefeitura de Bady Bassitt, cidade onde a jovem trabalhava, também se manifestou após a morte da médica. "É com imenso pesar que a Prefeitura Municipal de Bady Bassitt recebe a lamentável notícia do falecimento da médica Thalitta da Cruz Fernandes, plantonista na UBS de nossa cidade. Respeitada por todos e admirada pelo profissionalismo, amizade, integridade e pela maestria ao cuidar da população, Dra. Thalitta deixa um legado incontestável e de relevância fundamental para a Saúde do Município".