Presidente do Palmeiras e quarta mulher mais rica do país, a empresária Leila Pereira tem chamado atenção no futebol brasileiro por sua postura firme e combate ao machismo, chegando a fazer uma coletiva de imprensa apenas com jornalistas mulheres.
Em entrevista para o jornal "El País", Leila contou que só se deu conta das questões de gênero ao chegar na presidência do clube. "Talvez seja porque, quando você luta tanto para chegar a esse espaço, fica tão focada em seu objetivo que não presta atenção. Mas, quando já é presidente, fica complicado. Acho que estão tentando me intimidar porque sou mulher, mas não deixo isso me desanimar", conta.
Vítima de diversas ameaças, que levaram, inclusive, a diretora a conseguir uma medida protetiva contra o presidente e vice-presidente da "Mancha Verde", a torcida organizada do clube, Leila falou sobre esses e outros desafios.
"Sofro ameaças. E me sinto muito sozinha, na CBF [Confederação Brasileira de Futebol], na Federação Paulista... não tem mais mulher na Série A, B ou C. E isso não pode ser tratado como normal porque não é. Precisa ser muito mais equilibrado. Existem mulheres extremamente capazes. E temos que lutar porque isso não caiu do céu. Não estou aqui por uma cota ou porque sou mulher. Eu lutei muito, muito", pontua.
Durante a entrevista, Leila falou ainda sobre como atua na gestão do clube, sua relação com o esporte, a relação com clubes estrangeiros. A presidente do Palmeiras também comentou o caso do presidente da federação espanhola, Luis Rubiales, que assediou uma jogadora da seleção na Copa do Mundo.
"Eu vi e fiquei apavorada. Isso não pode acontecer em hipótese alguma. A decisão de removê-lo foi extremamente acertada", finalizou.