Em um dos maiores encontros de lideranças femininas da América Latina, o Women on Top 2023, que aconteceu no último sábado, 6, Luiza Trajano deu uma aula de simplicidade e explicou como lidar com situações que atingem as mulheres em todas as posições no mercado de trabalho.
No começo do bate-papo, Ana Paula Padrão, apresentadora e uma das organizadoras do evento, destacou uma característica importante da presidente do Conselho Magalu e do Grupo Mulheres do Brasil: sua intuição. Luiza explicou que aprendeu o que era intuição com a própria Ana Paula.
"Ana Paula me explicou que intuição é um tipo de inteligência com experiência. Eu sempre acreditei [na minha intuição]. Primeiro eu faço acontecer. Eu vou para a ponta, eu trabalho, eu pergunto. As pessoas me acham muito inteligente. Eu não sou. Faço perguntas, sem ninguém perceber que estou fazendo perguntas", disse Luiza.
Sempre buscando aprender com as pessoas, a executiva também ressaltou que presta atenção no que os outros falam. "Eu presto atenção no que o outro está falando. Eu pergunto para aprender mesmo".
Em um mercado de trabalho em que lucro é prioridade, o instinto de uma pessoa não costuma ser valorizado, mas para Luiza Trajano os dois têm igual importância.
“Quanto mais você desenvolve esse seu lado [seu instinto], põe na prática, não achando que vai dar tudo certo, mas achando que você tem um caminho, mais vai se desenvolvendo”, explicou.
A executiva ainda fez questão de pontuar que a mulher tem que ter boa autoestima e entender que seu papel no mercado de trabalho mudou. "Nós mudamos de ciclo. Não podemos viver o ciclo passado", explicou ressaltando que mulheres são cada vez mais procuradas para posições de liderança.
Cobranças pessoais
A executiva ainda falou sobre cobranças que as mulheres se fazem. A culpa é um sentimento de responsabilidade pessoal por um erro ou falha cometida e, para algumas pessoas, não ser perfeito em seu trabalho pode gerar uma parcela de culpa. Luiza, entretanto, foge do padrão e assume que não tem o compromisso de ser perfeita.
“Eu dou o melhor de mim a cada momento em que eu estou. Pode ser que o melhor não é o que o outro queira, mas eu estou dando o meu melhor”, disse ela.
“Eu não pego culpa, de jeito nenhum. Eu pego responsabilidade. Se vocês me dão feedback eu levo seriamente, mas eu não levo como se eu fosse a pior pessoa do mundo”, ressaltou a executiva.
Presidente do Grupo Mulheres do Brasil, movimento social criado em 2013 com o objetivo de engajar a sociedade através de conquistas de melhorias para o país, Luiza disse no WOT que se preocupou em ter mulheres de periferias no grupo e hoje conta com mais de 50 líderes periféricas. "Eu não acredito em um movimento que só tem eletizado”, disse.
A executiva disse que o que muda o país são políticas públicas e fez uma declaração sobre o grupo Mulheres do Brasil: “Não somos contra os homens, somos a favor das mulheres. Tem uma diferença bem grande”.