A escritora britânica JK Rowling ganhou o mundo com a saga do bruxo Harry Potter. Nos últimos dois anos, porém, tem se destacado mais por suas declarações transfóbicas nas redes sociais do que por seus livros e acaba de adicionar mais uma pitada de polêmica ao lançar seu novo romance policial, "The Ink Black Heart", escrito sob o pseudônimo de Robert Galbraith.
Segundo a revista "Rolling Stone", a trama segue o investigador Cormoran Strike acompanhando o assassinato Edi Ledwell, a criadora de uma animação de sucesso no YouTube racista, capacitista e transfóbica. Este é o sexto livro da série.
Em entrevista ao talk show de Graham Norton, a autora afirmou que o livro foi escrito e finalizado antes de suas declarações transfóbicas. “Preciso esclarecer que o livro não é sobre algumas das coisas que aconteceram comigo no último ano. Escrevi o livro antes desses acontecimentos online. Ainda falei para o meu marido 'acho que todos vão achar que o livro é uma resposta ao que aconteceu comigo’, mas genuinamente não é isso. O primeiro rascunho do livro já estava finalizado quando as coisas começaram a acontecer,” disse na ocasião.
Além da história, que parece ser uma resposta aos protestos pelos comentários transfóbicos de JK Rowling, o pseudônimo escolhido é também problemático. Robert Galbraith foi um psquiatra estadunidense que seguia a teoria biológica de que questões de saúde mental poderiam ser tratadas fisicamente e realizou uma série de experimentos de eletrochoque em cérebros de pessoas gays nos anos 1970.
Em 2013, quando foi lançado o primeiro livro da série Cormoran Strike, a autora veio a público explicar que a escolha do nome se deu porque Robert é um dos seus nomes masculinos preferido e Galbraith um desejo de infância.