'O culto não irá mais acontecer', promete dono da D-Edge após Baby do Brasil pedir para vítimas de abuso sexual perdoarem agressores

'Se teve abuso sexual, perdoa. Se foi na família, perdoa', disse ex-vocalista dos Novos Baianos e pastora durante oração em balada de SP

13 mar 2025 - 11h24
(atualizado às 14h33)

O dono da balada D-Edge, em São Paulo, se manifestou após a cantora e pastora Baby do Brasil pedir, durante um culto evangélico realizado na casa noturna, que vítimas de abuso sexual perdoassem os seus agressores, inclusive aqueles pertencentes à mesma família. A D-Edge, localizada no bairro da Barra Funda, é uma das casas de música eletrônica mais tradicionais da capital paulista e recebeu a artista para o culto na última segunda-feira, 10.

Renato Ratier, dono da D-Edge, escreveu em seu perfil no Instagram que o culto havia sido realizado "para promover o amor, o respeito e a transformação", além de "criar um espaço de conexão, acolhimento e fé". "Durante o evento, algumas falas isoladas repercutidas não condizem com o que eu acredito, e é sobre isso que gostaria de esclarecer", continuou Renato, afirmando ser "contra qualquer tipo de abuso e discriminação" e entender "a gravidade das palavras que foram ditas não por mim, mas por um convidado chamado a falar de última hora, sem o meu consentimento". 

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Na nota, Renato diz sempre ter defendido que a justiça seja feita e que nenhum tipo de violência possa ser minimizado ou tolerado. "Este é um problema grave, que exige uma resposta contundente e a implementação de políticas públicas que protejam as vítimas e puram os agressores". 

Renato Ratier, da D-Edge, e Baby do Brasil
Renato Ratier, da D-Edge, e Baby do Brasil
Foto: Reprodução/Instagram @ratierdedge

Ele recebeu críticas de frequentadores da casa noturna por abrir espaço para falas LGBTfóbicas durante o culto. "Também quero reforçar que não acredito na chamada cura gay. Essa ideia não existe e jamais fez parte dos meus valores. Minha trajetória sempre esteve pautada no respeito e no apoio à comunidade LGBTQIAPN+. Algo que se reflete inclusive na programação do próprio D-Edge, que sempre abriu espaço para a diversidade", refletiu.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da lista de doenças em 1990 e o Conselho Federal de Psicologia (CFP) proíbe os supostos tratamentos contra a homossexualidade, conhecidos popularmente como "cura gay", no Brasil.

"O evento do culto foi uma exceção isolada e não irá mais acontecer", prometeu o dono da D-Edge. "Acredito na liberdade de crença e o direito de cada um expressar sua fé, independentemente da religião, desde que isso não fira, humilhe ou desrespeite outras pessoas".

Membro da igreja Pura Fé, Renato já havia publicado registros da comemoração de seu aniversário, em fevereiro deste ano, ao lado da família e de Baby.

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Nesta quarta-feira, 12, Renato e a ex-vocalista dos Novos Baianos, Baby do Brasil, que liderou o culto realizado no começo da semana, receberam muitas críticas. Antes mesmo do culto acontecer, frequentadores do espaço já expressaram descontentamento com a escolha da D-Edge para receber o evento. No entanto, após vídeos do culto, em que a cantora defende o perdão de pessoas que cometeram abuso sexual, inclusive dentro da família, começarem a circular nas redes sociais, as manifestações contrárias aumentaram.

Baby do Brasil ao participar de um culto evangélico que aconteceu na D-Edge, balada mais tradicional de música eletrônica da cidade de São Paulo
Foto: Reprodução/X

"Perdoa tudo o que tiver no seu coração nesse lugar, perdoa. Se teve abuso sexual, perdoa. Se foi na família, perdoa. Se é briga de família, mãe, filho, pai, perdoa", pediu Baby durante uma oração.

O Terra tenta contato com a equipe da cantora, mas ainda não teve sucesso. O espaço segue aberto para manifestações. Nas redes sociais de Baby, as publicações seguintes à data do culto não faziam menção às falas da artista.

Fonte: Redação Terra
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