A adotofobia é um tipo de preconceito que se manifesta de diversas formas, desde comentários desdenhosos até discriminação explicita, principalmente contra crianças negras adotadas.
Talvez você nem conheça esse termo, que não é mesmo muito divulgado. A adotofobia é o preconceito contra adoção e crianças adotadas. Essa forma de discriminação pode se manifestar de diversas formas, desde comentários desdenhosos até um ato mais direto e explícito.
Um exemplo de adotofobia é desqualificar o vínculo afetivo entre pais e filhos adotivos, sugerindo que não é tão genuíno quanto o de uma família biológica. Esse tipo de atitude não apenas perpetua estereótipos prejudiciais, como também desvaloriza os laços familiares construídos por meio da adoção.
Quando a adotofobia é combinada com o racismo, como no caso das crianças negras que são adotadas, muitas vezes por famílias com integrantes brancos, os efeitos podem ser ainda mais graves. Elas enfrentam uma interseção complexa de preconceitos, lidando com o estigma da adoção, comentários desqualificadores sobre a legitimidade de seus laços familiares e o racismo presente na sociedade.
Questionar a adoção de uma criança negra ao perguntar sobre a identidade de seus pais ou fazer comentários preconceituosos como “você não se parece com os seus pais”, “de onde você realmente vem?” e “era melhor adotar uma criança branca” são algumas falas que perpetuam a adotofobia contra crianças negras.
Famosas contra a adotofobia
A adotofobia ganhou destaque recentemente ao ser comentada pela atriz Maria Padilha, mãe de Manoel, uma criança negra adotada ainda bebê. Em entrevista, ela falou sobre alguns episódios de racismo que seu filho sofreu, em shoppings e restaurantes. “No nosso caso, a adotofobia vem junto com o racismo”, revelou à revista Quem.
Mãe de três filhos, sendo dois adotivos, Giovanna Ewbank também já abordou publicamente as críticas que enfrentou em relação à adoção de Titi e Bless. Em 2019, durante o programa “Se Joga”, da Globo, a atriz e apresentadora se emocionou ao falar sobre o assunto.
“Fui muito questionada, criticada. Percebi que muitas pessoas não têm o entendimento do que é adoção. É importante dizer que adoção é, sim, maternidade ou paternidade. Eu sou perguntada: 'e o filho de vocês vem quando?'. Isso começou a me incomodar, comecei a ser mais rígida. Muitas vezes, isso é perguntado na frente da minha filha”, revelou.