A expressão "racismo ambiental" é usada para enunciar o fato de que a distribuição dos impactos ambientais não se dá de forma igualitária entre a população, sendo a parcela marginalizada e historicamente invisibilizada a mais afetada por falta de saneamento básico, poluição, descarte inadequado de itens nocivos à saúde, desmatamento ilegal, deslizamentos, enchentes e outros eventos ambientais adversos.
O termo foi empregado pela primeira vez por Benjamin Franklin Chavis, nos Estados Unidos. “Racismo ambiental é a discriminação racial nas políticas ambientais. É discriminação racial no cumprimento dos regulamentos e leis. É discriminação racial no escolher deliberadamente ‘comunidades de cor’ para depositar rejeitos tóxicos e instalar indústrias poluidoras”, escreveu Chavis.
Mais afetados
As populações mais afetadas pelo racismo ambiental são negros, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, pessoas que vivem em periferias, mulheres e outras pessoas em condição de vulnerabilidade social.
O racismo ambiental está atrelado à injustiça ambiental, onde a população menos favorecida socioeconomicamente é sobrecarregada pelos danos ambientais do processo econômico.
Um exemplo prático de racismo ambiental foram os deslizamentos que aconteceram no Litoral Norte de São Paulo, em fevereiro de 2023. A falta de políticas públicas e a carência de infraestrutura urbana são as principais responsáveis por pessoas periféricas serem as mais atingidas em enchentes e deslizamentos de terra.
No Brasil, regiões indígenas não demarcadas, favelas, áreas com alto risco de deslizamento de terra, lixões e áreas urbanas não atendidas por saneamento básico são exemplos de locais habitados por populações oprimidas pelo racismo ambiental.