A jornalista Manuela Azenha publicou entre 09 e 11 de agosto no site da revista Marie Claire entrevistas com as candidatas mulheres à Presidência da República: Simone Tebet (MDB), Vera Lucia (PSTU) e Sofia Manzano (PCB). Durante as entrevistas diversos temas foram abordados, e por aqui, destacamos o aborto, pauta fundamental dentro dos direitos das mulheres.
Ainda que se trate de um tema de saúde pública e seja dever de toda pessoa que pleiteia o cargo de chefe do executivo ter um plano de governo sobre o tema, entendemos que o protagonismo no debate deva ser feminino, exatamente por se tratar de uma legislação sobre estes corpos.
Veja a seguir como pensam as presidenciáveis sobre o tema:
Simone Tebet (MDB)
"Sou contra a legalização do aborto salvo os casos previstos na Consituição porque temos que garantir minimamente aquilo que na Europa já tem, que é educação sexual dos nossos jovens. Isso tem que acontecer dentro do seio familiar, com proteção do Estado, Ministério da Assistência Social para dar condições. Estudei em colégio católico e tive educação sexual dentro da escola. Sou contra aborto além dos casos previstos em lei também porque, apesar do Estado ser laico, sou a favor da vida. Não tem como me separar do que sou e estou. Estou política e sou cristã", afirmou a candidata.
Simone também sinalizou que acredita que o tema deva parar de ser discutido apenas nas eleições presidenciais e que não é uma responsabilidade do executivo. "Teria que ser feito por uma Emenda Constitucional, é uma decisão do Congresso Nacional", apontou durante a entrevista.
Vera Lúcia (PSTU)
"Defendo a legalização do aborto e que o governo brasileiro garanta condições para as mulheres abortarem quando precisarem, e também terem filhos quando assim decidirem. Não podemos aceitar que um sistema social que nos condena a todo tipo de sofrimento ainda se ache no direito de ser dono dos nossos corpos", afirmou, de forma direta, a candidata.
Sofia Manzano (PCB
"Defendo a legalização do aborto e feito pelo SUS. Esse é um assunto que diz respeito à autonomia reprodutiva das mulheres e é uma questão de saúde pública. Os abortos são efetuados e as mulheres ricas o fazem em hospitais de alta qualidade, com assistência física e psicológica, enquanto a maioria das trabalhadoras, negras e periféricas são submetidas às piores condições. Inclusive são criminalizadas por uma prática que não é da vontade individual, mas da falta de uma educação sexual, de planejamento familiar e do próprio corpo, que poderia evitar a gravidez na infância e adolescência", explicou a candidata na entrevista.