Retratos de mulheres negras capturados em meados do século 19 e do começo do século 20, receberam intervenções de pintura digital pelas mãos da artista Amanda de Souza. As imagens estão em uma exposição afro-brasileira em Pernambuco, na Capela do Engenho Massangana, equipamento cultural da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e lugar de batismo do abolicionista.
O conjunto arquitetônico abriga hoje um centro cultural e museológico. Além das visitas espontâneas, o Parque Nacional da Abolição, que abriga a instituição, recebe diversos estudantes para programas educativos.
As fotografias, digitalizadas recentemente no acervo do Centro de Estudos da História Brasileira (Cehibra), receberam elementos da Jurema Sagrada, religião afro-indígena da qual é a artista é praticante.
Jurema Sagrada é uma religião indígena também influenciada pela fé cristã e afro-religiosa, com mestres que incorporam espíritos que curam e aconselham os praticantes.
"As mulheres, cujos retratos foram extraídos desse acervo, não têm registro dos seus nomes. Além disso, a maioria delas era ama de leite. Nesse meu trabalho eu procurei subverter a imagem e o significado disso. Para mim, isso é usar a tecnologia a serviço da tradição", explica Amanda de Souza em nota à imprensa.
Além da mostra afro-brasileira, uma série pocket em três episódios também será exibida nas redes sociais. O conteúdo dos vídeos será sobre o processo de criação das pinturas, desde a escolha dos retratos, passando pelas intervenções digitais até a importância social das peças. A produção ainda não possui data de lançamento.
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