Estamos em 2022 e ainda precisamos falar que indígenas LGBTQIA+ existem. Tudo isso porque a sociedade foi “educada” para acreditar que indígenas são todos héteros. Na escola ninguém fala sobre Tibira, você sabe quem foi Tibira? Tibira é o nome dado por Luiz Mott a um indígena Tupinambá, não nomeado na obra original, cuja condenação à morte e execução em São Luís do Maranhão, em 1613 ou 1614, é relatada pelo frade franciscano Yves d'Évreux na sua viagem ao norte do Brasil, feita em 1613.
Tibira foi o primeiro homem gay assassinado por ser quem era. Indígenas LGBTQIA+ sempre existiram (pessoas LGBTs sempre existiram), o que não existia aqui era a crueldade, o assassinato, o ódio e tudo isso desceu das caravelas e saiu das orações genocidas e assassinadas.
O movimento LGBTQIA+ não-indígenas também esqueceu da nossa existência e eles só estão falando de nós agora, porque nós indígenas da comunidade fomos lá e arrebentamos essa porta. Precisamos arrebentar essas portas de ódio e nada melhor que cultura, educação e conhecimento.
Pega uma pipoca (que também é indígena) e aperta o play nesses filmes e documentários que abrirão sua mente.
Filme: Antes o Tempo Não Acabava
Anderson (Anderson Tikuna) é um jovem rapaz que possui raízes na etnia indígena saterê. Quando ele se muda para Manaus e vai morar na cidade grande, ele começa a se ver preso entre os embates culturais das tradições do mundo de onde veio e cresceu e os costumes urbanos e o complexo e conturbado cotidiano da metrópole.
Documentario: MAJUR
Majur é a primeira cacique trans do povo Boe Bororo, localizado em Mato Grosso. Nesse premiado documentário, acompanhamos a rotina de Majur em sua comunidade.
Documentário: Terra sem pecado
O documentário Terra Sem Pecado nasceu de um trabalho de conclusão de curso do jornalista Marcelo Costa, baseado na pesquisa: Homossexualidade Indígena e LGBTfobia no Brasil: duas faces da mesma moeda, de 2019.