Hoje (02) é um dia triste para o Brasil e para o jornalismo. Nos deixou Gloria Maria, ícone e pioneira do jornalismo brasileiro, neste dia de Iemanjá - também mulher preta -, que atravessou o mar para uma nova vida.
Gloria ocupou espaços que nos permitiram, enquanto mulheres negras, sonhar e acreditar que era possível chegar onde quiséssemos estar. Tudo com muita leveza e delicadeza, sem perder a firmeza, profissionalismo e a certeza de quem sabia o que estava fazendo!
Nascida no Rio de Janeiro, era uma mulher indescritível. Sem dúvidas, é uma perda irreparável para nós. Choro hoje como se tivesse perdido alguém da minha família. A materialização e a personificação do antirracismo quando isso ainda nem era pauta, Gloria Maria foi a glória do empoderamento feminino quando ainda nem se falava nisso.
Minha principal referência profissional, fonte inesgotável de inspiração, como mulher negra, como mãe e como ser humano! Entrou para o imaginário da cultura brasileira como pioneira e referência para todos, com muitas reportagens que ficaram também na nossa memória afetiva. O Brasil definitivamente não estava preparado para essa despedida.
Meus sentimentos aos familiares, amigos, telespectadores e todas que, assim como eu, nutria uma profunda admiração e respeito pelo trabalho de Gloria Maria.