Bolsonaro não respeita as mulheres. Nos quatro anos de governo, durante a atual fase de campanha e mesmo nos tempos de deputado, o atual presidente da República coleciona um longo histórico de comportamentos hostis contra jornalistas, colegas de profissão e toda a sociedade feminina.
Como um canal de acredita na independência e na força feminina, e que preza pela diversidade e respeito a todas as classes, o Papo de Mina faz, nesse momento importante da política nacional, uma análise sobre este recorte dentro do âmbito esportivo:
Como a ultradireita, representada pelo bolsonarismo, ganhou tanta força entre as atletas mulheres, e de que maneira isso impacta o esporte?
Nomes como Ana Paula Henkel, Maurren Maggi, Natalia Zilio, Tandara, Débora Rodrigues e Chu, esportistas de diferentes modalidades, fizeram coro de apoio a Jair Bolsonaro com fotos e vídeos nas redes sociais - dentro do direito de livre expressão de todo o brasileiro, é válido destacar.
É impossível, porém, olhar para essas atitudes de mulheres que foram referências para o Brasil e para novas gerações de atletas mulheres - muitas como pioneiras e responsáveis por quebrar tabus - sem lembrar o preconceito, o machismo, a misoginia e o ódio destilado contra o gênero feminino pelo candidato Bolsonaro.
Ao se posicionarem como apoiadoras do candidato da ultradireita, essas atletas se tornam, instantaneamente, coniventes a uma tendência que coloca a mulher como cidadã de segunda classe, e que não se importa com xingamentos e ações agressivas direcionadas a elas.
Durante um dos debates eleitorais desta campanha, Bolsonaro fez diversas ofensas à jornalista Vera Magalhães, e chegou a sugerir que a apresentadora “dorme pensando nele”, além de dizer que as mulheres devem parar de fazer “vitimismo”.
É vitimismo o fato de uma menina ou mulher ser estuprada a cada 10 minutos no Brasil, segundo dados do relatório “Violência contra mulheres em 2021”?
É “mimimi” três mulheres serem vítimas de feminicídio por dia, de acordo com o 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública?
Saber que a cada dois dias uma travesti ou mulher trans é assassinada no país que é líder do ranking mundial de assassinatos de pessoas trans, segundo dados da ONG Transgender Europe (TGEU), é, novamente, vitimismo?
E o que dizer do dado de que 26 mulheres sofrem agressão física por hora, como aponta o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022?
Ao demonstrarem publicamente apoio a Bolsonaro, mulheres, dentro e fora do esporte, compactuam com a violência de gênero. Sendo o esporte uma importante vitrine da sociedade, é necessária a presença de pessoas que lutem e defendam os direitos das mulheres, da população LGBTQIA+ e das minorias, e que vistam a camisa da tolerância e do respeito.