A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) não soube aproveitar todos os atrativos que tinha em mãos para a edição 2022 da Copa América, que se encerra no próximo domingo (30). A competição ocorre em um momento sem grandes restrições da pandemia, que assolou o mundo em 2020 e 2021 e obrigou as pessoas a ficarem em casa (até mesmo sem prática de esportes em alguns períodos), e três anos após a maior Copa do Mundo de Futebol Feminino já vista, com números recordes de audiência e consumo.
Na teoria, a reunião das seleções deveria atrair atenção do público e servir com mais um futebol feminino na América do Sul. Mas apenas na teoria. A nona edição do torneio, realizado este ano na Colômbia, teve três sedes, e nenhuma delas viu os estádios cheios para assistir às partidas. Somente os jogos das donas da casa receberam mais público, mas ainda longe do esperado.
Para azar dos sul-americanos, neste mesmo período acontece a Eurocopa Feminina, na Inglaterra, e as comparações são inevitáveis. Na abertura do evento europeu, as donas da casa receberam a seleção da Áustria, no Old Trafford, estádio do Manchester United, que possui capacidade para 74.140 pessoas, e quase atingiu lotação máxima. Foram 68.781 presentes, o maior público da história da competição.
Aqui nos nossos vizinhos, a anfitriã Colômbia também fez o jogo inaugural, contra o Paraguai, mas para um número de espectadores muito abaixo do esperado. O estádio Pascual Guerrero, localizado em Cali, comporta 49.828 pessoas, mas recebeu apenas 15 mil torcedores.
Segundo relatos de quem está por lá, pouco ou nada se fala sobre o país ser sede de um evento do porte da Copa América Feminina - muito diferente, novamente, da Euro, que é divulgada fortemente pela Inglaterra e outros países próximos.
The reactions at Trafalgar Square to 𝙩𝙝𝙖𝙩 @alessiarusso7 finish 🤩 #WEURO2022 | #ENG pic.twitter.com/ou37yHSmbH
— UEFA Women's EURO 2022 (@WEURO2022) July 26, 2022
Há quem insista em dizer que futebol feminino não atrai público, mas o histórico recente prova o contrário. Copa do Mundo, Euro, Supercopa do Brasil e até mesmo o Brasileirão Feminino levam milhares de pessoas aos estádios e para frente da televisão - e os números de bilheteria e de audiência comprovam.
O que falta, porém, é que as entidades responsáveis trate a modalidade com a atenção que realmente merece, e principalmente com igualdade. Fica o puxão de orelha para a Conmebol (e por que não para a CBF também) valorizar e divulgar mais o torneio que reúne tantas boas jogadoras e é sem dúvida um aquecimento para a Copa do Mundo do ano que vem.