Ídolo é um substantivo masculino que significa “estátua, figura ou imagem que representa uma divindade e que é objeto de adoração”. E para Yan Couto, lateral-direito da Seleção Brasileira, isso é sinônimo de Daniel Alves, preso desde janeiro deste ano na Espanha por um crime de estupro contra uma mulher.
Em sua primeira entrevista coletiva com a camisa do Brasil, o jogador afirmou: “Meu ídolo é o Daniel Alves, não tem como ser outro. Eu cresci assistindo ele pela TV, é um ídolo para muita gente, para muitos brasileiros. Ele fez uma história muito linda pela seleção e pelos clubes por onde passou.”
Em que mundo vive Yan Couto para fazer uma afirmação dessas? Sei que muitos vão dizer que a fala é referente “apenas ao universo do futebol”, “ao atleta Daniel Alves” e “ao que ele fez dentro de campo”.
Mas a verdade é que não podemos mais dissociar os fatos.
Escrevi algo parecido no mês passado, sobre o caso do Antony, reintegrado ao Manchester United mesmo acusado de agredir três mulheres. E antes sobre Cuca, quando foi contratado para assumir o Corinthians. Não pode haver espaço para que acusados de crimes sejam aplaudidos e idolatrados por crianças, jovens, adultos, homens ou mulheres.
Nosso papel é não deixar essas situações serem esquecidas - uma vez que, infelizmente, não podemos impedir que elas se repitam. Fica a torcida para que Yan e tantos outros jovens jogadores escolham melhor seus ídolos, e não reproduzam falas e atos assim.