Retorno de Calderón à F2 marca progresso feminino no esporte

Colombiana Tatiana Calderón mostra que mulheres podem ter espaço no automobilismo

30 ago 2022 - 11h35

A Fórmula 2 voltou a ter uma mulher na categoria após quase três anos. A colombiana Tatiana Calderón, que em 2019 fez história ao ser a primeira - e única - piloto feminina, foi contratada pela equipe Charouz e já correu no GP da Bélgica, no último final de semana. 

Tatiana retornou às pistas da F2 no GP da Bélgica, em Spa-Francorchamps
Tatiana retornou às pistas da F2 no GP da Bélgica, em Spa-Francorchamps
Foto: Divulgação/F2

Mais do que uma vitória para Calderón, o retorno marca uma vitória para as mulheres do automobilismo, e torna essa contratação repleta de expectativas. Antonin Charouz, chefe da Charouz, destacou que a piloto é muito competitiva, e possui uma experiência que há de ser valiosa para a equipe. Além da Fórmula 2, Calderón também já disputou campeonatos da Fórmula 3 (europeia e britânica), da Fórmula Renault, Super Fórmula e Indycar (Fórmula Indy), e campeonatos de endurance, que incluíram corridas como as 24h de Le Mans. Todo esse histórico mostra que a colombiana tem, no mínimo, muito para oferecer.

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Apesar de representativo, o espaço conquistado por Tatiana nos esportes a motor ainda está longe de ser ocupado na mesma proporção por homens e mulheres. A Fórmula 1 não tem pilotas no grid, a Fórmula 3 também não e a Fórmula 4 Brasileira tem apenas uma. E essa disputa desigual por vagas não se restringe a essas categorias. Dentre os 35 pilotos da Indycar, por exemplo, apenas duas são mulheres; Fórmula E e MotoGP também não possuem representantes femininas. 

Por todo esse cenário do automobilismo, a presença de Calderón no grid é de grande importância, principalmente para que tantas outras meninas saibam que, ainda que muitas dificuldades (afinal, o automobilismo tem a maioria das portas fechadas para as mulheres desde sempre), elas podem sim ter vez no esporte.

É nítido que presença quantitativa feminina no esporte a motor tarda a acontecer, mas, talvez assim, com exemplos como o de Tatiana, a realidade seja possível em um futuro cada vez menos distante. É fundamental, portanto, que ela continue a ocupar esse espaço, mais do que por sua própria carreira, pelo futuro das mulheres no automobilismo.

Resultados, expectativas e oportunidades

Durante a temporada de 2019 na F2, Tatiana não obteve destaque e nem se aproximou do topo da disputa. Por isso, este retorno tem sabor de “segunda chance” para a piloto, que declarou “ter coisas a resolver”, considerando essa primeira passagem, quando terminou o campeonato na vigésima segunda colocação.

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Agora, Calderón busca, ao lado do brasileiro Enzo Fittipaldi, somar pontos para a Charouz Racing. Na última sexta-feira, ela se classificou na vigésima primeira posição, terminou a corrida de sábado (sprint race) na décima nona, e a de domingo (feature race), que é a principal do final de semana, na décima oitava. Isso além do décimo segundo lugar no treino livre que antecede esses eventos.

Em postagem no Instagram, a colombiana disse que seu retorno tem sido incrível, comemorou o avanço nos resultados durante o final de semana e garantiu que o foco está em Zandvoort (onde será a próxima corrida). 

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