Os planos de líder que ajudou a restringir acesso a aborto nos EUA

Os planos de Hawkins seguem a direção contrária da opinião pública — a maioria dos cidadãos americanos apoia o acesso legal ao aborto — e até alguns republicanos afirmam que ela está indo muito longe, rápido demais

5 jul 2023 - 06h42
(atualizado às 10h39)
Kristan Hawkins segura do jornal New York Times de 24 de junho de 2022
Kristan Hawkins segura do jornal New York Times de 24 de junho de 2022
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Kristan Hawkins começou a dormir no escritório quando tinha 23 anos.

Anos mais tarde, sua organização Estudantes pela Vida da América (SFLA, na sigla em inglês) viria a se tornar um dos maiores e mais influentes grupos de combate ao aborto dos Estados Unidos. E, mais de uma década depois, ela apareceria em frente à Suprema Corte americana para anunciar aos seus apoiadores triunfantes que o direito ao aborto no país havia sido revogado.

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Mas, em 2008, a sede da SFLA ficava em Arlington, no Estado americano da Virgínia. E a cidade mais próxima onde Hawkins e seu marido conseguiram comprar uma casa ficava a 90 minutos de distância.

Inicialmente, ela tentou fazer a viagem todos os dias, saindo de casa às cinco horas da manhã e voltando às oito da noite. Mas o trajeto era longo demais e a gasolina, muito cara.

Ela então comprou um sofá barato da rede de lojas Ikea, imaginando se poderia encaixar 30 horas de trabalho em dois dias, antes de voltar para casa dormir. Hawkins tomava banho em uma academia próxima e usava o sofá novo para cochilar.

E, quando descobriu que o escritório era também o lar de um ninho de baratas, ela comprou uma máscara para dormir e começou a passar as noites com as luzes acesas para mantê-las afastadas.

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"Era terrível, terrível...", comenta seu marido Jonathan sobre aquele período. Eles estavam casados há apenas dois anos.

Mas Kristan Hawkins era incansável e tinha um trabalho pela frente. Ela queria ver a revogação do caso Roe x Wade, eliminando o direito ao aborto no país, que havia sido protegido por quase meio século.

Em junho de 2022, ela conseguiu. Os ativistas favoráveis ao direito ao aborto afirmam que o ativismo de Hawkins ajudou a eliminar o acesso ao aborto de cerca de 20 milhões de mulheres e levou o país a uma crise de saúde pública.

Agora, Hawkins tem um novo objetivo, mais ambicioso: ela quer tornar o aborto impensável e proibido em todo o território americano.

No ano que se seguiu à revogação do caso Roe x Wade, Hawkins trabalhou intensamente. Ela aumentou o tamanho e o alcance da SFLA e usou esse poder para pressionar os legislativos estaduais a aprovar proibições cada vez mais severas.

"É a questão do momento, sabe? OK, toda a América está assistindo, pise no acelerador com tudo, agora", ela diz. "Mais, mais, mais, mais, mais."

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Ativistas da organização Estudantes pela Vida comemoram a revogação do caso Roe x Wade
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Hawkins agora tem 38 anos e é mais audaciosa e inabalável do que seus antecessores. Ela é o reflexo de uma nova geração de ativistas trabalhando rumo ao seu objetivo: a proibição federal do aborto nos Estados Unidos, a partir da concepção.

"Ela representa a virada do movimento para a direita... e até onde o movimento pode chegar", afirma a professora de direito Mary Ziegler, da Universidade da Califórnia em Davis, nos Estados Unidos. Ziegler é uma das principais especialistas no debate sobre o aborto no país.

"Kristan é muito importante para compreender o que vem em seguida", diz.

Os planos de Hawkins seguem a direção contrária da opinião pública — a maioria dos cidadãos americanos apoia o acesso legal ao aborto — e até alguns republicanos afirmam que ela está indo muito longe, rápido demais.

Mas a revogação do caso Roe x Wade também era considerada um objetivo distante. E, agora, um ano depois, Hawkins acredita que irá liderar o movimento contra o aborto rumo a outra vitória improvável.

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A trajetória

A maioria dos ativistas contrários ao aborto tem uma história de origem, um momento que, nas suas palavras, colocou-os em uma missão a favor da vida. O momento de Kristan Hawkins veio quando ela tinha 15 anos.

Ela morava na Virgínia Ocidental quando começou a fazer trabalhos voluntários em um centro de gravidez de risco — uma espécie de instituição para dissuadir as mulheres de abortar, oferecendo aconselhamento pró-vida, ultrassons e auxílio material, como fraldas, por exemplo.

Antes que pudesse começar a trabalhar, Hawkins precisou aprender o que era o aborto, para entender como funcionava.

Durante este processo, alguém da clínica ofereceu a ela uma fita VHS de Silent Scream ("Grito silencioso", em tradução livre), um controverso filme de propaganda contra o aborto produzido em 1984, que se propunha a mostrar o ultrassom de um feto sofrendo a tensão de um aborto com 12 semanas de gestação.

O filme foi denunciado como fraude pelos ativistas pelo direito ao aborto porque contraria as descobertas dos principais cientistas, que afirmam que o feto não tem capacidade de sentir dor antes de pelo menos 24 semanas de gestação.

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Mas Hawkins ficou horrorizada — e também incrédula.

Na sua visão, ela havia acabado de conhecer a maior atrocidade aos direitos humanos do nosso tempo: a morte rotineira de "bebês antes do nascimento" - a expressão que ela usa para descrever fetos. Por que ninguém estava tentando parar com aquilo?

"Lembro que, no primeiro dia no centro de gravidez, eu andava e dizia 'oh, meu Deus, como a vida segue normalmente enquanto isso acontece?'", contou ela durante uma entrevista, em maio. "Aquilo mudou tudo."

Após passar um verão trabalhando na clínica, Hawkins formou um grupo comunitário contra o aborto chamado Adolescentes pela Vida. Ela entrou para a seção local da organização Direito à Vida e para o diretório local do Partido Republicano.

"Eu era a mais jovem ali, com cerca de quatro décadas [de diferença]", ela conta.

Em 2006, após se formar na faculdade e ter rápidas passagens pelo Comitê Nacional Republicano e pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos, Hawkins foi convidada a dirigir a organização Estudantes pela Vida. Na época, a organização estava nos seus primórdios, com 180 grupos atuantes. Ela tinha então 21 anos.

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Desde aquela época, 17 anos se passaram e Hawkins permanece obsessiva e disposta a enviar e-mails e mensagens de texto para os seus colegas a todo momento.

Sua agenda diária, digitada no seu iPhone, é um pesadelo, com mais de duas dezenas de encontros e compromissos espremidos em intervalos sobrepostos.

Às vezes, seus dias são interrompidos pelas ligações de um coach de saúde. "Eles estão tentando me fazer beber água", segundo ela. "Sempre brinco que a Estudantes pela Vida foi construída sobre refrigerante diet."

Ela e Jonathan moram em um trailer com seus quatro filhos. Com isso, toda a família pode acompanhá-la nas suas viagens frequentes pela SFLA. Jonathan trabalhou como professor e oferece educação em casa.

"Simplesmente acompanho, é tudo o que posso fazer", contou Jonathan durante uma visita da família ao zoológico de Pittsburgh, nos Estados Unidos, em maio.

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"Acho que você está cansado da palavra 'aborto'", disse Hawkins a ele naquele dia. "Quando falo, às vezes, juro que consigo ver você se contorcer."

Quando a vemos com seus seguidores e doadores, observamos que Hawkins é sarcástica e, muitas vezes, recorre ao humor — um hábito, às vezes, inesperado de uma mulher que luta pela proibição total do aborto. Ela também costuma usar palavras ofensivas e fica inquieta enquanto fala.

Hawkins não tem amigas, segundo ela, "no sentido tradicional".

"Eu não tenho amigas para ir tomar lanche comigo...", ela conta. "Do que eu iria falar, além do fim do aborto?"

A missão de Hawkins, nascida naquele dia no centro de gravidez, acabou por consumi-la totalmente — e ela sabe bem disso. Hawkins tentou ensinar à sua equipe o princípio DBW ("não seja esquisito", na abreviação em inglês), que é um código para "não deixe as pessoas nervosas".

"Você precisa saber quando mostrar sua paixão", explica ela. "Se você carregar consigo um livro de bolso com imagens de crianças que foram abortadas e bater com aquilo na mesa de jantar, algumas pessoas irão ficar malucas com você."

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Em um dia úmido de junho na capital americana, Washington, entre grupos de adolescentes em excursões escolares e visitantes uniformizados, seis membros do grupo Estudantes pela Vida caminharam até o Capitólio, prontos para fazer lobby pela proibição do aborto.

Todos eles estavam vestidos de vermelho e a metade usava roupas da SFLA. A frase "a Geração Pró-Vida VOTA" estava estampado no peito como uma divertida advertência.

Uma dessas pessoas usava um par de brincos com minúsculos pés de ouro suspensos, com o tamanho do pé de um feto de 12 semanas. "É uma ilustração da sua humanidade", segundo ela.

Grupos como este podem ser encontrados nos legislativos estaduais e campi universitários pelos Estados Unidos a todo momento.

Sob a direção de Hawkins, a SFLA cresceu e hoje são mais de 1,4 mil grupos atuantes nos 50 Estados, supervisionados por 80 funcionários remunerados. E, desde 2006, mais de 160 mil ativistas contra o aborto foram treinados pela SFLA.

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Especialistas afirmam que o poder particular de Hawkins reside na sua capacidade de fazer as pessoas se manifestarem. Os ativistas da SFLA são agora presença comum nas manifestações contra o aborto em todo o país.

"Nós lançamos a SFLA para que seja esta geração pós-Roe", afirma ela. "Vamos ter este exército treinado."

Após a reversão do caso Roe x Wade, em 2022, o exército de Hawkins se mobilizou, ajudando a pressionar dezenas de leis contra o aborto nos legislativos estaduais. Até agora, 13 Estados controlados pelos republicanos criminalizaram o aborto — e proibições em pelo menos mais seis Estados estão aguardando decisões judiciais pendentes.

Cerca de um terço das mulheres americanas com idade reprodutiva agora vive em Estados onde o aborto não é possível ou sofre severas restrições, segundo o Instituto Guttmacher, um grupo de pesquisa pró-escolha.

Ao longo do último ano, surgiram histórias sobre as aparentes consequências dessas proibições. Uma vítima de estupro com 10 anos de idade teve o aborto negado no seu Estado natal de Ohio e 13 mulheres do Texas afirmam que tiveram seu aborto negado, mesmo com a gravidez apresentando complicações que poderiam ser fatais. Casos como esses dão força ao apoio pelo acesso ao aborto.

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"O que a SFLA e outros grupos contra o aborto promovem é a pior política, mais prejudicial e mais criminalizadora", segundo Angela Vasquez-Giroux, vice-presidente da organização NARAL Pró-Escolha América. "Ela [Kristan Hawkins] é a encarnação do extremismo do movimento."

"Você está fazendo com que seja perigoso ficar grávida nos Estados Unidos", afirma Vasquez-Giroux.

Movimento fragmentado

No ano que se passou desde a revogação do caso Roe x Wade, movimento contra o aborto se dividiu
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O caminho a ser seguido pelo movimento contra o aborto, agora que o caso Roe x Wade foi revogado, ainda é questão de debate.

Hawkins e a maioria dos outros líderes continuam a compartilhar uma única filosofia: um feto é uma pessoa que tem direitos. Eles também têm o mesmo objetivo: a proibição federal do aborto.

Mas existem divergências sobre o que seria essa proibição e, exatamente, como chegar lá.

"O movimento realmente é fragmentado", segundo Mary Ziegler. "Não existe consenso."

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A SFLA defende o que os ativistas chamam de "modelo de aborto precoce", por meio de leis para proibir o aborto a partir da concepção ou, pelo menos, depois que for detectado o início da atividade cardíaca, o que normalmente ocorre com cerca de seis semanas de gravidez.

Em outras palavras, a organização de Hawkins abandonou o gradualismo que orientou as primeiras manifestações do movimento contra o aborto — uma estratégia ainda defendida por alguns dos parceiros da SFLA.

Um desses grupos chama-se Pró-Vida América Susan B. Anthony (SBA). Presença poderosa estabelecida há muito tempo no lobby contra o aborto, a líder da SBA, Marjorie Dannenfelser, afirma que irá se opor a qualquer candidato presidencial que não adote a proibição nacional após 15 semanas, que é um limite defendido por 44% dos americanos, segundo uma pesquisa recente.

Mas não é o suficiente para Hawkins. Para conseguir o apoio da SFLA, os candidatos devem se comprometer a apoiar a proibição federal após seis semanas.

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Hawkins reconhece a tensão.

"Marjorie está no sistema... e eu sou a pessoa que chega e diz, '[dane-se], estamos fazendo o que sabemos que é o certo'", afirma ela. "Não estamos brigando."

Hawkins também é mais expansiva no falar e mais abertamente conservadora sobre outras questões relativas ao aborto. Ela se opõe às exceções em casos de estupro e incesto.

E ela também combate diversas formas de controle de natalidade, incluindo os contraceptivos orais — uma posição que outra líder de oposição ao aborto chama de "contraproducente".

"O que mudou é que eles estão querendo dizer a parte sigilosa em voz alta", segundo Elisabeth Smith, diretora de política de Estado do Centro pelos Direitos Reprodutivos, um grupo pró-escolha. "Eles querem ser extremistas em público."

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A abordagem de Hawkins preocupa também alguns republicanos. Políticos têm sido forçados a optar entre desapontar Hawkins e seus aliados e perder um eleitorado muito mais moderado.

"Politicamente, os republicanos estão em uma posição muito mais defensiva que os democratas, pois eles continuam falando em restrições que não são apoiadas pela maioria dos americanos", afirma o ex-assessor republicano no Congresso John Feehery.

A onda republicana prevista nas eleições americanas de 2022 parece ter colidido com um pico de apoio pelos direitos ao aborto, que trouxe vitórias inesperadas para os democratas em uma série de disputas importantes.

No ano passado, os eleitores a favor do acesso ao aborto venceram todos os seis plebiscitos relativos ao aborto, incluindo em Estados conservadores, como Kansas e Kentucky.

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"As mulheres estão observando os republicanos pós-Roe e qualquer ação que não inclua uma estratégia solidária para reconquistar as mulheres suburbanas e os eleitores que alternam seus votos irá prejudicar severamente o movimento pró-vida e o partido como um todo", declarou à BBC Nancy Mace, uma das poucas legisladoras republicanas que pediram publicamente maior flexibilidade com relação ao aborto.

Mas Hawkins não considera que o Partido Republicano seja problema dela. Ela tem pouca paciência com os políticos que ela considera pouco favoráveis à vida e lança ameaças básicas aos republicanos que não apoiarem as proibições no início da gravidez.

O senador republicano Merv Riepe, do Estado de Nebraska, votou contra a proibição com seis semanas este ano. Segundo Hawkins, "ele irá se aposentar muito em breve".

As três mulheres senadoras do Partido Republicano na Carolina do Sul que se opuseram à proibição total também enfrentam a mesma ameaça. Duas delas apoiaram a proibição após seis semanas, mas não foi suficiente para Hawkins.

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Cada uma delas havia recebido da SFLA uma coluna vertebral de plástico do tamanho de um bebê no início deste ano, com uma nota sugerindo que elas cultivassem uma espinha dorsal.

"Acho que esta é a diferença entre nós e as outras organizações pró-vida", afirma Hawkins. "Eu realmente não me importo se este ou aquele em Washington DC não está satisfeito comigo. Isso nem me dá pontos no meu perfil demográfico."

Esta abordagem agressiva e descompromissada impulsionou sua dominância entre os ativistas contra o aborto, que agora se voltam para a direita, após a revogação do caso Roe x Wade.

"O movimento, como um todo, está passando a pedir proibições mais extremas", segundo a pesquisadora Zelly Martin, do laboratório de propaganda da Universidade do Texas, nos Estados Unidos. Martin é especializada no debate americano sobre o aborto.

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"Eles sentem que, agora que não temos Roe protegendo o aborto, por que vamos recuar?", explica ela. "E acho que Kristan Hawkins tem grande participação nisso."

A questão em aberto é até onde Hawkins irá chegar — até que ponto ela irá conseguir a proibição do aborto.

"Não vejo um momento na história americana em que os americanos irão querer uma proibição completa do aborto", afirma Mary Ziegler. "Não há sinais disso."

Mas Hawkins e outros estão explorando formas de contornar a opinião pública e a resistência política, segundo Ziegler. Uma dessas formas, talvez a mais viável, seria pedir à Suprema Corte, de tendência conservadora, que reconheça a personalidade fetal com base na Constituição.

Parece algo improvável, mas Hawkins está acostumada a este tipo de probabilidade.

Em Northville, no Estado americano de Michigan, Hawkins falou em abril para um seleto grupo de possíveis doadores em uma pequena sala de conferências. Ela começou sua palestra com uma história do início da sua carreira:

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Um defensor pró-vida ofereceu a Hawkins um conselho que ela não havia pedido: que parasse de dizer "quando" Roe x Wade for revogada. Ele a advertiu que, ao considerar a revogação como certa, ela parecia "muito imatura, ingênua demais".

Hawkins o ignorou. Ela orientou a sua equipe a dobrar a aposta, amplificando a mensagem que prometia enviar o caso Roe x Wade para a "lata de lixo da história".

"Sempre digo à nossa equipe: os vencedores visualizam a vitória", afirma ela.

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