Uma das pacientes atendidas pelo anestesista Giovanni Quintella Bezerra em 10 de julho, mesmo dia em que ele foi flagrado estuprando uma gestante durante o parto, relatou ter sentido um "gosto muito ruim na boca" após voltar da cesariana.
A declaração foi dada pela mãe da paciente em depoimento à polícia, ao qual o Fantástico teve acesso e divulgou em reportagem no domingo, 17.
O marido da mulher também contou em depoimento que ele queria voltar para junto da esposa perto das 13h, mas só conseguiu vê-la por volta das 19h. Tanto ele quanto a mãe da paciente relataram anestesias mais fortes do que o comum.
Uma outra mulher que passou por uma cirurgia de cesárea naquele mesmo dia disse que viu o anestesista olhando para os seus seios.
"O roupão caiu e ela percebeu que o anestesista tinha olhado para seus seios e, em seguida, perguntado se ela estava com frio. A mulher acredita que o enfermeiro também tenha notado, porque pegou o roupão e jogou nos ombros dela", diz o documento da polícia.
"Apaguei"
O Fantástico também conversou com outra mulher que procurou a Delegacia após ouvir as notícias do estupro cometido por Bezerra e reconhecer o anestesista. Segundo a mulher, ele participou da terceira cesariana dela e, após dar à luz, ela ficou desacordada.
"Eu já não estava conseguindo falar mais, porque assim que ele [o marido dela] saiu [da sala], eu já fui ficando mais mole, mais sedada. Aí ele falou que ia me dar uma anestesia geral. Tomei e não consegui mais lembrar de nada. Apaguei", contou a mulher que suspeita ter sido vítima do anestesista.
O marido da mulher afirmou que saiu da sala a pedido de Bezerra. "Pediu para 'mim' se retirar, porque ali, daquele momento ali, ia ser com a equipe médica. Aí naquele momento, eu me retirei junto com o técnico que saiu com meu filho. E dali eu não tive mais acesso à ela."
Até o momento, seis denúncias contra Giovanni Quintella Bezerra foram feitas. O anestesista foi preso em flagrante por estupro em 10 de julho no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, município da Baixada Fluminense. Na última sexta-feira, 15, a Justiça do Rio aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou Bezerra réu.
Entenda o caso: