Paciente denuncia ginecologista da Universidade de Londrina por assédio sexual

Médico teria falado sobre posições sexuais durante a maior parte da consulta; outras cinco mulheres confirmam denúncias

24 fev 2023 - 10h51
(atualizado às 11h48)
A paciente afirmou que o médico falou sobre posições sexuais durante a consulta
A paciente afirmou que o médico falou sobre posições sexuais durante a consulta
Foto: Reprodução: CRM

Uma mulher denunciou ter sido vítima de assédio e importunação sexual pelo médico ginecologista Mário Sérgio Azenha de Castro, que atende no Hospital Universitário (HU), órgão vinculado à Universidade Estadual de Londrina (UEL) que fornece atendimento médico para estudantes e servidores.

Azenha de Castro é servidor público da instituição desde 1995 e está inscrito junto aos quadros do Conselho Regional de Medicina do Paraná desde 1984. 

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Segundo informações divulgadas no Blog do Fausto Macedo, do Estadão, a vítima foi para uma consulta com o ginecologista para tratar de escape menstrual e marcar um exame preventivo, porém o médico começou a falar sobre posições sexuais e a gesticular para demonstrar os movimentos.

"Ele disse muitas vezes que 'homem gosta de pegar por trás', falou que depois era para ir para 'papai e mamãe' e que 'é importante a mulher fazer cavalinho para se sentir no controle'", explicou a mestranda para o Blog. 

Ela relatou que o ginecologista não falou nada sobre seu preocupação inicial, o escape menstrual. "Foi muito constrangedor para mim", afirmou a jovem, que saiu da consulta sem coletar o exame de papanicolau. Ao final da consulta, segunda a vítima, Azenha de Castro disse que "homem gosta de dar umazinha no meio da tarde, em qualquer canto, até aqui ali do lado". 

A estudante denunciou o ginecologista para a Polícia Civil, para a Ouvidoria da Universidade e também para o Conselho Regional de Medicina. 

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Ainda segundo o Blog do Fausto Macedo, a paciente compartilhou o caso em uma rede social e outras mulheres relataram que já passaram por situações parecidas em consultas com o mesmo médico. O Estadão conversou com cinco vítimas e todas confirmaram a denúncia. 

Em resposta à denúncia, a UEL divulgou a seguinte nota:

"A Procuradoria Jurídica da UEL aguarda o recebimento da denúncia oficializada semana passada junto à Ouvidoria do Hospital Universitário (HU) e informa que todos os procedimentos serão tomados considerando o disposto no Estatuto e Regimento Interno, que orienta as normas de conduta da comunidade universitária, no exercício das atividades. Caberá à Procuradoria Jurídica realizar o levantamento inicial dos fatos e checagem dos envolvidos para instrução do procedimento, que deve ser submetido ao Gabinete da Reitoria e posteriormente ao Conselho Universitário, órgão máximo da Universidade.

A UEL reitera seu compromisso em zelar e difundir o respeito à dignidade humana e que não compactua com qualquer forma de violência física, psicológica ou constrangimento contra a mulher, que possam ofender sua saúde, integridade física ou ainda provocar danos emocionais". 

Fonte: Redação Nós
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