Pai de duas filhas trans e duas lésbicas ganha homenagem comovente

Angel, uma das filhas de Edgar, aproveitou o Dia dos Pais para agradecer e enaltecer apoio nas redes

21 ago 2023 - 05h00
Angel com a mãe Fabiene e o pai Edgar: o casal tem duas trans, duas lésbicas e uma heterossexual
Angel com a mãe Fabiene e o pai Edgar: o casal tem duas trans, duas lésbicas e uma heterossexual
Foto: Arquivo Pessoal

Por trás da superprodução de Angel Gadelha, como representante do Ceará no concurso Miss Beleza T Brasil, concurso de beleza voltado para mulheres trans, está uma jovem de 27 anos integrante de uma família para lá de diversa. 

Transexual, ela tem outra irmã que também transicionou e duas irmãs que são lésbicas. Apenas uma das cinco filhas da dona Fabiene é heterossexual. 

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E são exatamente as quatro filhas LGBTQIA+ que são as filhas biológicas de Edgar, que ganhou uma homenagem especial de Angel no Dia dos Pais. 

Ela, que é também designer de sobrancelhas e influenciadora digital, postou em seu perfil do Instagram para seus mais de 40 mil seguidores um carrossel com imagens do pai e um áudio com mensagens de carinho de um pai para uma filha que encontrou na internet. 

"Meu pai teve a gente muito jovem e viveu com a minha mãe por 19 anos. Quando começamos a nos assumir, eles estavam se separando e ele estava em uma situação de dificuldade emocional, mas foi muito empático com todas nós", relembra Angel.

A jovem conta que o pai teve uma criação evangélica, é muito reservado e também que passou por dificuldades ao longo da vida. Ela acredita que as barreiras tornam o apoio do pai mais importante ainda. 

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"Ele nem sempre esteve presente, tinha questões com álcool e drogas e, muitas vezes, não fez bem para minha mãe, além do ego e da masculinidade tóxica, mas com o tempo ele foi entendendo e apoiando cada vez mais", conta. 

"Hoje em dia, meu pai é muito preocupado, em especial com a gente que é trans. Ele sabe como é a violência, a realidade, então ficou muito protetor", explica Angel. 

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Caminhos

Nascidas e criadas em Fortaleza, no Ceará, as irmãs tomaram rumos diferentes. A primeira delas que transicionou tinha cerca de 16 anos e logo saiu de casa, mudando para São Paulo. Hoje, vive em Londres.

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Angel optou por esperar um pouco mais e começou a transiçao por volta dos 20 anos, quando já tinha terminado os estudos e trabalhava. Com o suporte do namorado, com quem foi morar, seguiu a transição. Atualmente, vive sozinha na cidadade cearense.

Já as irmãs lésbicas são mais novas e se assumiram também mais cedo. Juliana, uma delas, vive com a namorada em Fortaleza e a outra se mudou com a mãe para Curitiba. 

"Quem está próximo se junta sempre, incluindo a que é hetero, que casou e teve dois filhos", conta Angel. 

Angel e os avós em um churrasco em família. Foto: Arquivo Pessoal
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Os únicos que ficam de fora, mas não tanto assim, são os avós paternos. 

"Minha avó tem Alzheimer, então, já não se lembra tanto da gente, mas meu avô está lúcido, cuida dela e recebe a gente muito bem. Ele não consegue nos tratar no feminino, não aceitou até hoje, mas eu entendo. Ele é de outra geração. Eu não me incomodo porque, no fim das contas, existe amor", finaliza emocionada. 

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Fonte: Redação Nós
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