Papa denuncia violência contra mulheres enquanto Itália vive debate nacional sobre feminicídio

De acordo com o Ministério do Interior italiano, mais de 100 mulheres foram mortas em 2023

1 jan 2024 - 16h00
(atualizado em 2/1/2024 às 10h38)
Francisco já fez numerosos apelos pelo fim da violência contra as mulheres no passado
Francisco já fez numerosos apelos pelo fim da violência contra as mulheres no passado
Foto: Reprodução: Instagram/franciscus

O papa Francisco denunciou nesta segunda-feira a violência contra as mulheres, falando no momento em que a Itália realiza um debate de amplitude nacional sobre misoginia e feminicídio.

O que é feminicídio? O que é feminicídio?

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Francisco já fez numerosos apelos pelo fim da violência contra as mulheres no passado. Mas as suas palavras nesta segunda-feira foram as primeiras em discurso desde que os italianos se revoltaram com o assassinato brutal da estudante universitária Giulia Cecchettin, de 22 anos, em novembro.

O assassinato suscitou protestos em todo o país e gerou apelos para que o ensino do respeito às mulheres passe a fazer parte do programa escolar, começando no jardim de infância.

"Toda sociedade precisa aceitar o presente que é a mulher, toda mulher: É preciso respeitar, defender e estimar as mulheres, sabendo que quem faz mal a uma única mulher profana a Deus, que nasceu de uma mulher", disse.

Os parlamentares italianos apoiaram por unanimidade uma série de medidas para reprimir a violência contra as mulheres depois que o assassinato reabriu um debate nacional sobre o assunto.

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O ex-namorado de Giulia confessou o assassinato, disse seu advogado a repórteres.

De acordo com o Ministério do Interior italiano, mais de 100 mulheres foram mortas em 2023, cerca de metade delas pelas mãos do parceiro ou ex-parceiro. "Feminicídio" se tornou uma palavra comum nas manchetes dos jornais.

A indignação com o assassinato de Cecchettin coincidiu com o sucesso de bilheteria de um filme intitulado "C'è ancora domani" (Ainda há amanhã), que conta a história de uma mulher espancada pelo marido.

Situado em Roma, logo após a Segunda Guerra Mundial, quando as mulheres conquistaram o direito de voto, o filme está sendo utilizado como ferramenta de ensino em escolas de todo o país.

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