Papa Francisco aprova bênção para casais do mesmo sexo

Ato não pode ter qualquer semelhança com uma cerimônia de casamento ou acontecer durante liturgias regulares da Igreja

18 dez 2023 - 14h36
(atualizado às 14h52)
A decisão histórica foi autorizada pelo Papa Francisco.
A decisão histórica foi autorizada pelo Papa Francisco.
Foto: Michael Campanella/ Getty Images / Perfil Brasil

O Vaticano declarou nesta segunda-feira (18) que passará a permitir que padres concedam bênçãos a casais do mesmo sexo. A decisão histórica foi autorizada pelo Papa Francisco. O pontífice ainda afirmou que quem "procura o amor e a misericórdia de Deus" não deve ser sujeito a "uma análise moral exaustiva".

A bênção, porém, não pode ter qualquer semelhança com uma cerimônia de casamento nem acontecer durante liturgias regulares da Igreja, uma vez que a união entre casais do mesmo sexo continua sendo um ato "irregular".

A doutrina católica apresenta como concepção que o casamento é uma união exclusiva e indissolúvel entre um homem e uma mulher, naturalmente suscetível à geração de filhos. A autorização de bênçãos seria um "sinal de que Deus acolhe a todos".

O Dicastério para a Doutrina da Fé afirmou que são possíveis as "bênçãos a casais em situação irregular e a casais do mesmo sexo, cuja forma não deve ter qualquer fixação ritualística por parte das autoridades eclesiásticas, a fim de não produzir uma confusão com a bênção característica do sacramento do matrimônio".

A partir de agora, padres católicos romanos podem administrar bênçãos a casais do mesmo sexo, se quiserem. Os padres também poderão se recusar a fazer o ritual, mas estão proibidos de impedir "a entrada (em igrejas) de pessoas em qualquer situação em que possam procurar a ajuda de Deus através de uma simples bênção".

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Para o Papa Francisco, os padres e bispos não devem perder a "caridade pastoral", já que "uma bênção é um pedido de ajuda a Deus, uma oração para poder viver melhor". Em outras ocasiões, Jorge Bergoglio (nome de batismo do pontífice) já chegou a comentar sobre assuntos ligados à causa LGBTQIA+. Em janeiro deste ano, Francisco criticou países que criminalizam homossexuais e disse que "a homossexualidade não é crime".

*sob supervisão de Camila Godoi

 

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