Papa Francisco diz que Bento 16 o apoiou em debate sobre direitos dos casais LGBT

Maior abertura em relação à comunidade LGBT tem sido uma das marcas registradas do Papa Francisco

2 abr 2024 - 10h45
(atualizado às 10h49)
Papa Francisco com Bento 16 no Vaticano
Papa Francisco com Bento 16 no Vaticano
Foto: REUTERS

O papa Francisco encontrou um aliado em seu antecessor Bento 16 quando ele se posicionou a favor de uniões civis para casais do mesmo sexo, disse o pontífice em um novo livro que será lançado na Espanha.

A obra está prevista para ser publicada na quarta-feira, mas seu conteúdo foi compartilhado antecipadamente nesta terça-feira com vários veículos, incluindo a Reuters.

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Francisco tem confirmado a oposição da Igreja Católica aos casamentos LGBT, mas tem dito repetidamente que casais do mesmo sexo têm o direito de ser protegidos por leis de união civil.

Uma maior abertura em relação à comunidade LGBT tem sido uma das marcas registradas de seu papado de 11 anos, mas Bento 16, um papa mais conservador, não era conhecido como simpático à causa.

No entanto, Francisco disse que Bento o defendeu diante de um grupo não identificado de cardeais que o procuraram para reclamar das "heresias" do papa em relação a sua posição sobre uniões civis.

"Eles apareceram em sua casa para praticamente me levar a julgamento e me acusaram na frente dele de apoiar o casamento entre pessoas do mesmo sexo", disse Francisco.

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Bento 16 ouviu, "ajudou-os a distinguir as coisas" e lhes disse que o que Francisco havia dito não era "nenhuma heresia", afirmou o papa.

Francisco fez a revelação no livro "Papa Francisco. O Sucessor: Minhas lembranças de Bento XVI", baseado em entrevistas com o jornalista Javier Martínez-Brocal.

Em fevereiro de 2023, o papa já havia dito que Bento 16 uma vez rejeitou uma queixa sobre o que Francisco disse sobre as uniões civis, mas ofereceu menos detalhes.

Em dezembro, Francisco permitiu que os padres abençoem casais do mesmo sexo, provocando indignação dos conservadores, mas insistindo que isso não equivale a uma aprovação formal para relacionamentos não heterossexuais.

Não há sugestão de que Francisco tenha discutido essa medida com Bento, que continuou morando no Vaticano após sua chocante decisão de renunciar em 2013, até sua morte no final de 2022.

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