O papa Francisco se encontrou com a freira Jeannine Gramick, conhecida por sua defesa dos direitos da comunidade LGBTQIA+ nos Estados Unidos.
A religiosa já trocou cartas com o líder da Igreja Católica, mas disse que vê-lo pessoalmente foi "emocionante, comovente, como estar com um amigo".
"Acredito que o papa Francisco está tentando nos incentivar a seguir em frente, a abrir os olhos e ver o futuro e as mudanças no mundo", afirmou Gramick ao jornal National Catholic Reporter.
A freira passou anos marginalizada na Igreja, seja por iniciativa do episcopado americano, seja por conta dos procedimentos contra ela abertos pela Congregação para a Doutrina da Fé em 1999, quando o órgão era guiado pelo então cardeal e futuro papa Joseph Ratzinger (Bento XVI).
No início de 2022, Francisco chegou a enviar uma carta escrita de próprio punho para felicitar Gramick pelos 50 anos de apostolado. "Você não teve medo da proximidade e, aproximando-se, você o fez sentindo a dor, sem condenar ninguém, mas com a ternura de uma irmã ou de uma mãe. Obrigado, irmã Jeannine", disse o pontífice na ocasião.
A religiosa, ao lado do padre Robert Nugent, fundou o Ministério das Novas Vias do Apostolado, que acolhe católicos da comunidade LGBTQIA+.
Desde que assumiu a Igreja, em 2013, Francisco já deu diversos sinais de abertura para homossexuais, o que lhe rendeu até acusações de "heresia" por parte de franjas ultraconservadoras do clero.