A assessoria de imprensa da Santa Sé informou nesta sexta-feira, 27, que o papa Francisco determinou a reabertura da investigação contra o padre Marko Rupnik, acusado de abuso sexual e espiritual de religiosas em Liubliana, na Eslovênia, país onde nasceu.
Rupnik é um teólogo e mosaicista conhecido mundialmente. O jesuíta foi inclusive o responsável pelas fachadas com mosaicos gigantes do santuário de Aparecida, no interior de São Paulo.
"No mês de setembro a Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores indicou ao Papa graves problemas na gestão do caso do padre Marko Rupnik e a falta de proximidade às vítimas.
Consequentemente, o Santo Padre pediu ao Dicastério da Doutrina da Fé que examine o caso e decidiu suspender o prazo de prescrição, para permitir o desenvolvimento de um processo", diz o Vaticano, em nota.
"O Papa está firmemente convencido de que se há uma coisa que a Igreja deve aprender com o Sínodo é escutar com atenção e compaixão com os que sofrem, sobretudo os que se sentem marginalizados pela Igreja", acrescenta.
Rupnik se viu no centro do escândalo que abalou o mundo católico em novembro de 2022, quando emergiram acusações de abuso contra 25 denunciantes, a maioria então freiras, na década de 1990.
Uma mulher que relata ter sido vítima, cujo nome não foi divulgado, descreveu os abusos como "uma descida ao inferno".
Ele chegou a ser excomungado por violação do sexto mandamento (sobre atos contra a castidade), considerado pela Igreja um delito gravíssimo, mas o ato foi suspenso posteriormente.
Em 14 de junho, Rupnik foi expulso da Companhia de Jesus por ter se recusado a obedecer as restrições que lhe foram impostas.
O religioso acabou sendo mandado para a diocese eslovena de Koper. A depender do resultado da investigação, ele pode perder o direito de exercer o sacerdócio. .