Em uma nova reunião a portas fechadas, o papa Francisco voltou a falar nesta terça-feira (11) sobre o tema da admissão de pessoas "com tendências homossexuais" em seminários.
A fala do pontífice foi a cerca de 200 sacerdotes romanos, com entre 11 e 39 anos de ordenação.
Segundo a assessoria de imprensa do Vaticano, Jorge Bergoglio reiterou a necessidade de "acolher" essas pessoas e "acompanhá-las na Igreja", embora seguindo orientações contra a admissão em seminários.
Entre os temas abordados estavam os da pastoral ligados à diocese, ao papel e à identidade do sacerdote e à beleza de ser padre.
Em resposta às perguntas, o Papa citou o risco de cair na "mundanidade" e falou sobre a necessidade de ampliar a acolhida nas paróquias "para todos, todos, todos!".
A questão do sofrimento das pessoas surgiu com força especial na fala do Papa, que citou a necessidade de ser acompanhada com proximidade, compaixão e ternura, três qualidades de Deus.
Nesse sentido, foi destacada a importância da pastoral hospitalar e as dificuldades enfrentadas pela cidade de Roma, a emergência habitacional, a disseminação de drogas, a tragédia da solidão, os muitos que vivem sua dor na invisibilidade.
"Na vida de um padre, o invisível é mais importante do que o visível, porque é mais denso, mais doloroso. Nosso trabalho como padres é ir atrás dessas pessoas", disse o Papa.
No fim de maio, outra fala de Francisco sobre os homossexuais gerou controvérsia e rendeu um pedido de desculpas.
Na ocasião, ele lançou severos apelos por uma seleção mais rigorosa no acesso aos seminários, usando termos bem incisivos e até apontando o dedo - como relatado pelo site Dagospia, seguido por outros meios de comunicação - contra o excesso de "frociaggine" [termo em italiano que pode ser traduzido como "viadagem"].
Posteriormente, o líder religioso pediu desculpas a todos aqueles que se sentiram ofendidos pelo uso do termo ofensivo.
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