Parada LGBT+ de SP 2024 tem como tema voto consciente pelos direitos da população LGBTQIA+

Nova edição da Parada do Orgulho LGBT+ de SP, que promove a visibilidade da comunidade, acontece no dia 2 de junho

22 abr 2024 - 18h00
(atualizado às 18h04)
Resumo
A Parada do Orgulho LGBT+ de SP deste ano tem como tema 'Basta de Negligência e Retrocesso no Legislativo! Vote consciente pelos direitos da população LGBT+', em resposta à persistente falta de avanço nas casas legislativas em relação aos direitos da comunidade LGBTQIA+ no Brasil.
Sócio-fundador e presidente da APOLGBT-SP Nelson Matias fala sobre as expectativas e a escolha do tema da edição de 2024
Sócio-fundador e presidente da APOLGBT-SP Nelson Matias fala sobre as expectativas e a escolha do tema da edição de 2024
Foto: Reprodução: Ben Tavener/Wikipédia

A Parada do Orgulho LGBT+ de SP, manifestação social que promove a visibilidade da comunidade LGBTQIA+, terá como tema este ano "Basta de Negligência e Retrocesso no Legislativo! Vote consciente pelos direitos da população LGBT+". A edição de 2024 acontecerá no dia 2 de junho na Avenida Paulista.

Segundo Nelson Matias, sócio-fundador e presidente da APOLGBT-SP, associação que organiza a Parada do Orgulho de SP, o tema desta edição foi escolhido em resposta à persistente falta de avanço nas casas legislativas em relação aos direitos da comunidade LGBTQIA+ no Brasil.

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"A seleção deste tema reflete a necessidade urgente de encerrar a negligência, em especial do Congresso Nacional, em não promover leis inclusivas e de proteção dos direitos dessa população. Ao longo dos anos, o Legislativo brasileiro tem enfrentado desafios significativos no que diz respeito aos direitos LGBT+", afirmou Nelson.

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A falta de legislação específica para combater a LGBTfobia no Brasil e o arquivamento do projeto de lei 122/2006, conhecido como Lei Anti-Homofobia, que visava criminalizar a homofobia no país, são exemplos claros da negligência enfrentada pela comunidade.

"Além disso, a influência de setores conservadores e grupos com poder econômico têm impedido a aprovação de leis que garantam os direitos da população LGBT+, evidenciando a necessidade de um voto consciente para eleger representantes comprometidos com a diversidade e a igualdade", acrescentou Nelson.

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"Ao exercer nosso direito de voto, temos o poder de escolher representantes que estejam comprometidos com a promoção dos direitos humanos e da diversidade."

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Expectativas e impacto

Em 2022, a Parada LGBT+ de São Paulo bateu o recorde de 4 milhões de pessoas, segundo a organização. O relatório da empresa Observatório de Turismo e Eventos, da São Paulo Turismo (SPTuris), confirmou que o evento teve o dobro de turistas em comparação com o evento de 2019.

Para Nelson, as expectativas para a edição deste ano são altas. "Esperamos uma grande manifestação, como nas edições anteriores. Além da diversão e celebração, busca-se conscientizar sobre a negligência legislativa em relação aos direitos LGBT+ e pressionar por mudanças."

"Será um momento de reafirmar o compromisso com um mundo mais inclusivo, independentemente de orientação sexual ou identidade de gênero."

O impacto da Parada LGBT+ ao longo dos anos tem sido significativo em termos de aceitação e avanços dos direitos, desempenhado um papel crucial na conscientização da sociedade sobre as questões enfrentadas pela população LGBTQIA+.

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"Destacam-se o reconhecimento da união estável homoafetiva pelo STF em 2011, a criminalização da homofobia, equiparada ao crime de racismo em 2019, e a autorização do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo pelo CNJ em 2013", afirmou o sócio-fundador da APOLGBT-SP.

De acordo com Nelson, em uma cultura onde tudo é medido por números, reunir 20 mil pessoas em um evento é uma façanha respeitável e a Parada vai muito além disso.

"Imagine colocar mais três milhões de pessoas nas ruas, como acontece na Paradas LGBT+ de São Paulo. Isto vem para reforçar o verdadeiro sentido político da Parada: a afirmação de que existimos, gostem ou não, e somos milhares. Vencemos nosso pior inimigo, a invisibilidade, e afirmamos nossa existência. Políticos conservadores, religiosos fundamentalistas e homofóbicos em geral, que antes insultavam pessoas anônimas, agora terão que se defrontar com uma multidão de LGBT+ com rosto e identidade", afirmou Nelson Matias.

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Fonte: Redação Nós
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