Com Daniela, Pabllo e Pocah, Parada leva todas as letras LGBTQIA+ para a Paulista em tom político

Evento reuniu milhares de pessoas para a capital paulista; apesar de lotado, clima foi de segurança

11 jun 2023 - 21h31
(atualizado em 12/6/2023 às 09h37)
Público lota Avenida Paulista na 27ª edição da Parada LGBT+
Público lota Avenida Paulista na 27ª edição da Parada LGBT+
Foto: Edson Lopes Junior/Terra

A 27ª edição da Parada do Orgulho LGBT+ levou uma multidão para a Avenida Paulista, região central de São Paulo, neste domingo, 11. Além de muita cor, brilho e música --nas vozes de importantes personalidades LGBTQIA+ como Pabllo Vittar, Daniela Mercury, Pocah e Urias--, o evento manteve firme o propósito político estampado nos discursos, nos cartazes, nas falas e nos olhares de cada um dos milhares de participantes que marcaram presença. 

Com a temática Queremos políticas sociais para LGBT+ por inteiro e não pela metade, o grito por igualdade era unânime entre os representantes de cada uma das letras da sigla LGBTQIA+ que se fizeram presente no evento, que foi marcado por muita diversidade de corpos. Também era unânime entre os participantes o orgulho de serem quem são. 

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Muita gente vestia as cores da bandeira do orgulho, mas também outras bandeiras como a do orgulho lésbico e pansexual. "Assexuais existem" e também reivindicaram o seu espaço. A multidão começou a tomar conta da Paulista ao meio dia, uma hora antes do início dos desfiles dos 19 trios. E nem o calor de 30º assustou os ativistas, que não perderam a animação nem por um minuto. 

A estimativa inicial da Polícia Militar era que o evento atraísse ao menos 2 milhões de pessoas, mas não se sabe se a edição superou ou não as estimativas. A PM e a Secretaria de Estado da Segurança Pública afirmam que não divulgarão o número de público. A organização da Parada também disse que não se posicionaria sobre o assunto. No ano passado, de acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública, a festa atraiu 4 milhões de participantes, um recorde para o evento.

A sensação era de superlotação, principalmente junto aos carros que levaram Pabllo, Daniela Mercury, Urias e Pocah. Andar pelo público, era praticamente impossível. Teve até quem subiu nos pontos de ônibus para conseguir ver as apresentações. "Não subam onde não devem, tomem cuidado", precisou intervir o vocalista do Batekoo.

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A movimentação era mais tranquila nos espaços entre um trio e outro. Apesar da quantidade de gente, a sensação era de segurança, com uma grande quantidade de policiamento. O clima geral era respeitoso e com bastante família.

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Apesar da tranquilidade, a reportagem do Terra enfrentou uma abordagem policial truculenta e agressiva por parte de alguns policiais militares, que precisou até da intervenção de Malu Verçosa --esposa de Daniela Mercury--para que tivessemos o direito de exercer nosso trabalho em segurança e com respeito. Um episódio triste que prova que, em meio a tantas conquistas, a conunidade ainda tem muito o que lutar.

Entre o público, apenas um momento de violência, que ocorreu no final evento, foi flagrado pela cobertura, mas que foi rapidamente controlado pelos policiais. A Polícia Militar ainda não divulgou o número de ocorrências registrados na região durante o evento.  

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Primeira edição pós-Bolsonaro

Nesta edição, artistas e participantes também comemoraram o fim do governo Bolsonaro, que representou um retrocesso aos direitos da população LGBTQIA+. Em entrevista exclusiva ao Terra, a cantora Daniela Mercury exaltou a luta da comunidade para tirar o ex-presidente do poder.

"A emoção é imensa [participar da primeira parada pós-Bolsonaro] porque essa comunidade lutou muito para tirar ele [Bolsonaro]. Grande parte, a parte politizada [da comunidade]. A gente tem gente mais politizada ou não em todas as áreas, nas áreas artísticas, LGBTs, mas pela necessidade nos temos uma articulação bastante coesa", disse a baiana pouco antes de dar início ao show, que levou muitos clássicos para a avenida.  

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Ao cantar Flutua, hit de Liniker e Johnny Hooker, a cantora Grag Queen gritou "Ele não", em uma referência às manifestações lideradas por mulheres contrárias à candidatura de Jair Bolsonaro à presidência da República. A artista usou um verso da letra da música que diz "Eles não vão vencer", para repetir a expressão que virou símbolo contrário ao ex-presidente.

O show da Pabllo Vittar também teve um tom político. Em meio aos seus prinicipais hits, a cantora destacou os desafios da comunidade e exaltou a população trans. "A gente sempre tem que fazer 10 vezes mais. A gente quer emprego, a gente quer trabalho", disse em um determinado momento da apresentação. "Eu quero pedir uma salva de palmas para as manas que vieram antes: as travestis. Se não fosse por vocês não teria Parada, não teria Pabllo Vittar", reforçou em outra interação com o público.  

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Terra na Parada

Pelo segundo ano consecutivo, o Terra é media & business partner oficial do maior evento popular a céu aberto do mundo, a 27ª Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, reforçando o nosso compromisso com a diversidade, potencializando as vozes e as lutas pela causa.

  • Patrocínio Máster: Smirnoff
  • Patrocínio: Vivo
  • Apoio: Pantene, Amstel, Jean Paul Gaultier, L'Oréal, Mercado Livre, Accor
Fonte: Redação Terra
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