O ator Elliot Page deu detalhes sobre sua primeira experiência em um bar LGBTQIA+, onde beijou uma mulher chamada Paula. A história foi contada em sua autobiografia intitulada "Pageboy", prevista para ser lançada no próximo 6 de junho.
Em trecho do livro obtido pela revista People, Elliot descreve a sensação de estar pela primeira vez explorando um espaço voltado à comunidade LGBTQIA+ e o desejo despertado por Paula, mulher que beijou em um bar chamado “Reflections”, um pouco antes da sua estreia no filme Juno.
“Dançando, o suor escorrendo pelas minhas costas, pelo meu peito. Observei o cabelo de Paula torcer e balançar enquanto ela se movia sem esforço, caótica, mas controlada, sensual e forte. Eu a peguei olhando para mim, ou era o contrário? Queríamos ser pegos. Cervos nos faróis. Assustados, mas sem ceder”, escreveu Elliot.
O ator também falou sobre o que sentiu após o beijo, mencionando sentimentos não correspondidos e um entendimento sobre si mesmo.
"E então eu fiz. Em um bar gay. Na frente de todos ao nosso redor. Eu estava começando a entender sobre o que eram todos aqueles poemas, o que era tudo aquilo. Tudo estava frio antes, imóvel, sem emoção. Qualquer mulher que eu amei não me amou de volta, e aquela que talvez tenha me amado, me amou da maneira errada. Mas aqui estava eu, em uma pista de dança com uma mulher que queria me beijar e a voz hostil e cruel que inundava minha cabeça sempre que eu sentia que o desejo era silencioso”.
Além de descrever o beijo, Elliot também comentou sobre o sentimento de pertencimento e como o espaço foi necessário para que conseguisse se livrar da vergonha que o impedia de realizar seus desejos.
“A vergonha foi perfurada em meus ossos desde que eu era o menor eu, e lutei para livrar meu corpo daquela velha medula tóxica e erosiva. Mas havia uma alegria na sala, me levantou, forçou uma reação na mandíbula, um sorriso descontrolado e firme", comentou.