Érika Hilton foi uma das vozes a discursar na abertura da 28ª edição da Parada do Orgulho LGBT+, que acontece neste domingo (2) na Avenida Paulista, em São Paulo. A deputada federal também esteve na Marcha do Orgulho Trans e na Caminhada de Mulheres Lésbicas e Bissexuais.
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Quando surgiu no principal trio do evento, ela foi ovacionada pelo público. A organização ainda incluiu uma música de Beyoncé para tocar, brincando com a semelhança da deputada com a cantora. Ela entrou na onda, e dançou ao som de Crazy in Love. “Nós estamos hoje aqui, em mais um ano, da maior parada do mundo, dizendo e mandando um recado para essa gente cafona, feia, nefasta: as Lgbtqia construirão a democracia brasileira”, disse ela no início de seu discurso.
Erika exaltou, ainda, o uso da bandeira do Brasil pelo público. A ação foi incentivada, inclusive, pela organização do evento. “Marcharemos nessa tarde retomando a bandeira brasileira nas nossas mãos. O Brasil segue sendo o primeiro país do mundo que nos mata, mas nós estamos aqui resistindo, lutando, celebrando e estamos dizendo: o Brasil será melhor.”
A deputada encerrou seu discurso sendo ovacionada com gritos de ‘Erika presidente’. “Eu posso afirmar: um dia todos nós subiremos a rampa do palácio do planalto”, respondeu a parlamentar.
'Presidenta'
Em entrevista ao Terra, Erika falou mais a respeito dos gritos de 'presidenta' que ouviu ao discursar no evento. "Eu fico primeiro muito honrada e feliz de ser aclamada em todas as marchas onde eu fui [neste feriado]. Todas, enquanto eu falava, gritavam 'presidenta'. O que pra mim é mais importante é ver a minha comunidade, que sempre só olhou pras expectativas de morte, pra miséria, podendo sonhar", iniciou.
"Sonhar em subir a rampa é um sonho de todo um povo, e é um sonho que alimenta uma esperança em nós de que sim, nós podemos chegar no cargo mais alto das instituições. Eu te confesso que não penso sobre ser presidente da República, mas eu amo que as pessoas sonhem com isso. A minha expectativa nesse momento é entregar um bom mandato, concorrer à reeleição, porque quatro anos é muito pouco tempo pra organizar tudo aquilo que eu quero organizar, e a partir do segundo mandato, entendendo se eu vou pro Senado, se eu venho deputada novamente, se eu vou querer uns cargos majoritários, o meu compromisso é com o Brasil, com a democracia, com a transformação da política brasileira. Eu estou focada nisso, eu não estou focada em cargo, eu não estou focada em futuro".
Para a reportagem do Terra, a deputada falou em "alegria" e "honra" durante o evento, que enfrenta os "muitos retrocessos no mundo, não só no Brasil", segundo a parlamentar.
"A extrema-direita tem se organizado contra os direitos LGBTs de várias maneiras possíveis. E esta é uma Parada que é a maior parada do mundo e demonstra que nós temos uma força, que nós temos mobilização, que nós estamos organizadas e que mesmo diante do caos, nós conseguimos fazer dessa marcha, que é festiva, também uma marcha política", disse.
Questionada sobre a esperança de um Brasil com menos preconceito, Erika falou sobre as lideranças, também na política, que lutam diariamente para isso. "Nós estamos construindo lideranças em todo o Brasil, nós estamos inspirando jovens, LGBTs, negros, indígenas, pessoas que nunca olhavam pra esse lugar, a disputarem esse espaço e a estarem lá. Se eu não acreditasse nisso, minha luta não faria sentido. Eu acredito que toda a nossa construção gerará bons frutos. Nós estamos construindo, e óbvio, enfrentaremos dificuldade, enfrentaremos retrocessos, levaremos um tempo, é uma política de médio e longo prazo, mas eu tenho convicção de que todo o trabalho empenhado hoje refletirá em frutos amanhã", pontuou.