'Renascer' vai apresentar um personagem intersexo na trama. A intersexualidade consiste em possuir características sexuais que não se encaixam nas classificações binárias.
A novela Renascer, exibida na TV Globo, vai ganhar uma nova trama em breve. A bebê de Teca, personagem de Lívia Silva na trama, será uma criança intersexo.
A intenção de Bruno Luperi, autor do folhetim, é fazer uma homenagem para uma das personagens da versão original da novela escrita por seu avô, Benedito Ruy Barbosa. Maria Luísa Mendonça interpretou a primeira Buba da novela e, na época, era uma pessoa intersexo.
Na versão de Bruno, que está em exibição no horário nobre, Buba é uma mulher trans interpretada por Gabriela Medeiros.
Com o nascimento do filho de Teca e Augusto (Renan Monteiro), os médicos vão identificar que se trata de uma criança intersexo. A novela, ainda, deve colocar no passado o termo que era usado para descrever essas pessoas: hermafrodita. O casal vai passar por uma certa confusão na hora de registrar a criança, e contará com os conselhos de Buba.
Mas o que é a intersexualidade?
De acordo com a definição do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos - ACNUDH, pessoas intersexo “nascem com características sexuais que não se encaixam nas definições tipicamente disponíveis para corpos masculinos ou femininos, podendo incluir características da anatomia sexual, órgãos reprodutivos, padrões hormonais e/ou cromossômicos”. Especialistas acreditam que menos de 2% da população nasce com essas características.
Por exemplo, uma pessoa intersexo pode ter uma genitália ambígua ou uma combinação de características físicas internas e externas que não correspondem às classificações binárias. As mudanças no corpo e hormonais, inclusive, podem surgir apenas durante a puberdade ou em fases mais adultas da vida.
Hoje, ativistas lutam para que não sejam realizadas cirurgias de forma compulsória durante a infância de quem é uma pessoa intersexo. Essas cirurgias são feitas em busca de “normalizar” o indivíduo, tentando que ele se encaixe em estereótipos de gênero. Ainda, há a luta pelo desuso do termo “hermafrodita”, tido como pejorativo.