Para provar que a Parada LGBT+ é para toda a família, mães e pais da comunidade marcaram presença na Avenida Paulista, neste domingo, 2, com seus filhos e filhas, celebrando o orgulho e direitos conquistados. "Se estamos aqui hoje, é porque muitos vieram e lutaram antes da gente", diz o médico psiquiatra Fábio Carrara, que levou os pequenos Miguel e Helena, fruto de seu relacionamento com o engenheiro mecânico Felipe Dias.
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"Estar aqui é continuar a resistência, é continuar a resiliência, é continuar amando. E estamos aqui, literalmente, resistindo e honrando a história de quem começou em 1997", acrescentou, mencionando o primeiro ano de Parada LGBT+ na capital paulista.
Além de estar com os filhos, o engenheiro Felipe Dias ainda optou por vestir a camisa da Seleção Brasileira para a ocasião. A própria organização do evento pediu que o público use as cores verde e amarela para tirar o estigma político. "Nada melhor assim da gente vir aqui com a camisa do Brasil, voltar a vestir o nosso verde e amarelo. Tô muito orgulho, né? E é isso. A gente tá muito feliz de estar aqui", comentou.
"Estar aqui é um ato político. Estar aqui com a minha família, estar com meus filhos na Paulista é um ato político. Então, a gente está aqui, marcando nosso território. A parada é essa festa linda, mas, para além da festa linda, é um ato de resistência. E a gente vai continuar", seguiu Fábio Carrara.
"Uma família afetiva é possível"
O casal de influenciadores digitais Gustavo Catunda e Robert Rosselló também levaram os filhos logo cedo para a Parada. "Pra gente é muito especial mostrar para eles a diversidade do mundo, mostrar amor e, principalmente, mostrar que a nossa família existe, né? Que uma família afetiva, de dois pais e duas crianças, é possível, e que aqui só existe amor", pontuou Gustavo Catunda.
Os dois possuem uma página chamada Dois de Pais, onde falam sobre os desafios da paternidade. O casal, aliás, é o primeiro caso do Brasil de crianças com a mistura genética da família dos dois. "Então, é mais uma forma que a nossa comunidade tem de ter filhos, de realizar esse sonho", completou Gustavo.
Segundo Robert, o melhor momento para levar toda a família na Parada é de manhã, mas eles devem voltar mais tarde para curtir as atrações. "A gente vem de manhã com os dois bebês na hora da montagem, e mais tarde voltamos para aproveitar também, né? Tem dois momentos, então: com a família, que é de manhã, bem mais tranquilo; e a tarde vem só os papais para aproveitar todo esse show, toda essa comemoração, com a Pabllo [Vittar], Glória [Groove], Banda Uó... todo mundo aqui aproveitando", detalhou Robert, que está há 12 anos juntos com Gustavo.
De volta à Parada com a filha
A vendedora Tainá conhece a Parada LGBT+ há muitos anos. Ela esteve na primeira edição, em 1997, quando tinha apenas 16 anos. Agora, em 2024, ela retorna na companhia de filha Cecília, que tem apenas 10 anos de idade, mas já encontra um Brasil mais aberto para a comunidade.
E foi a própria Cecília que pediu para ir ao evento. "Ela nem dormiu", disse a mãe, relevando que a filha estava ansiosa em fazer parte da festa.
"Ela tem que estar inserida no contexto também", conta a mãe LGBT. "E eu acho que as crianças entendem melhor do que os adultos [sobre diversidade], com certeza. Para ela, o interesse dela é que eu seja feliz", conclui.