Jaqueline Santos Ludovico e Laura Athanassakis Jordão, que atacaram um casal gay em fevereiro em uma padaria no bairro da Santa Cecília em São Paulo, serão julgadas por crimes de injúria e homofobia.
O Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou na última segunda, 20, a denúncia do Ministério Público contra a empresária e a cantora. Elas poderão pegar até seis anos de detenção e serem obrigadas a indenizar o casal em até 35 salários mínimos.
A agressão aconteceu na padaria Iracema Pães & Doces quando o casal chegou por volta das 4h da manhã. A confusão teria iniciado no momento em que a agressora se irritou por precisar sair de um local para que o carro das vítimas pudesse ser estacionado, passando a proferir ofensas homofóbicas, seguindo para tentativa de agressões físicas com chutes, tapas e até um cone de trânsito.
A polícia foi acionada, mas todos os envolvidos foram liberados porque as vítimas optaram por realizar o boletim de ocorrência posteriormente.
Em depoimento dado à polícia em 5 de março, Jaqueline afirmou estar bêbada no dia da agressão e que teve sua honra “de mãe e mulher” atacada pelo casal. “Fui xingada de piranha, vagabunda e vadia branca, sendo que sou parda”, disse.
Nenhuma testemunha ouviu tais ofensas. No mesmo interrogatório, a empresária assumiu que chamou os jovens de “veado”, mas atribuiu as ofensas homofóbicas ao nervosismo.
Um mês antes, no dia 15 de fevereiro, Laura afirmou em depoimento não se lembrar de nada, apenas que sua amiga foi xingada de “piranha” pelos rapazes. Com a divulgação dos vídeos de segurança no dia 28 de fevereiro voltou a depor e afirmou que “só entrou na briga” para defender a amiga, apesar de as imagens mostrarem Laura jogando cones contra os rapazes.
Mesmo com a denúncia, Jaqueline passou a atacar Rafael e Lucas em diversas postagens nas redes sociais. Ela também alterou a titularidade de sua empresa, que contava com problemas na Justiça, para uma amiga, a empresária Iara Crepaldi.
Segundo ação que tramita no Tribunal de Justiça de Santa Catarina, Jaqueline orquestrou um esquema de fraude que movimentou R$ 200 mil. A denúncia aponta que ela teria recebido o valor de uma empresa do município de Tubarão, numa prática ilícita conhecida na praça como “golpe da publicidade”.
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