Pansexual: conheça o significado e sua bandeira

A pansexualidade é representada pela letra P da sigla LGBTQIAPN+ e representa pessoas que possuem atração independente do gênero.

5 jun 2023 - 05h00
(atualizado em 30/4/2024 às 14h28)
Resumo
A pansexualidade é uma orientação sexual cujo principal característica é a atração por pessoas de qualquer identidade de gênero e é representada pela sigla LGBTQIAPN+ com a letra P.
A bandeira do orgulho pansexual é representada por três faixas nas cores rosa, amarelo e azul - nessa sequência
A bandeira do orgulho pansexual é representada por três faixas nas cores rosa, amarelo e azul - nessa sequência
Foto: Wikimedia

Você já ouviu falar em uma pessoa pansexual? Com o posicionamento de pessoas famosas, como cantoras e atores, essa orientação sexual se tornou mais conhecida e com isso, compreender o termo e suas particularidades é necessário para incentivar a diversidade na sociedade.

Pessoas como Miley Cyrus e Bianca Andrade, também conhecida como “Boca Rosa”, se definem publicamente como pansexuais e, com isso, acabam trazendo mais visibilidade para o termo.

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Trazer visibilidade para a diversidade e para a pauta LGBTQIAPN+ é importante para que toda a sociedade avance para um cenário mais igualitário. 

No Brasil, embora tenham conquistas significativas na proteção dos direitos, ainda há trabalho a ser feito para garantir a plena igualdade e aceitação para todas as pessoas, independentemente da sua orientação sexual. 

A pansexualidade é uma orientação sexual cuja principal característica é a atração sexual, romântica e/ou emocional por pessoas de qualquer identidade de gênero, sem distinção.

Ao contrário da heterossexualidade ou homossexualidade, por exemplo, a pansexualidade não se limita a uma atração específica com base no gênero. Na sigla LGBTQIAPN+, a letra P é reservada para essa comunidade, mas o termo não é recente. Há quase um século, Sigmund Freud (1856–1939) já falava disso. 

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O que é ser uma pessoa pansexual? 

Como em qualquer orientação sexual, é fundamental respeitar a autoidentificação das pessoas e reconhecer a importância da diversidade e das próprias experiências individuais. 

Cada pessoa pansexual pode ter uma experiência única em relação à sua orientação, e é crucial criar um ambiente de respeito e aceitação para que todos possam viver autenticamente. 

Indivíduos pansexuais não são limitados pela dicotomia tradicional de gênero, que é a atração exclusiva por pessoas de um gênero específico. Em vez disso, eles podem sentir atração por pessoas de qualquer gênero, incluindo homens, mulheres e pessoas não-binárias, por exemplo.

Ou seja, uma pessoa pansexual não define sua sexualidade pela atração ao gênero oposto, por pessoas do mesmo gênero ou apenas os gêneros masculino e feminino. A pessoa pansexual sente atração pelos mais diversos gêneros. 

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Há quem diga que a pansexualidade se assemelha com a bissexualidade. De fato, há muitas semelhanças, mas há uma diferença básica: uma pessoa bissexual sente atração por homens e mulheres, enquanto uma pessoa pansexual não se limita a essa binaridade.  

Qual a história da comunidade pansexual?

Como já dito anteriormente, o termo pansexual não é algo recente, há mais de um século aparece em estudos e discussões sobre gênero. 

De forma geral, a palavra “pansexualidade” deriva do prefixo “pan”, que significa “tudo” em grego. Assim, a pansexualidade refere-se à atração ou interesse romântico/emocional em pessoas independentemente do gênero, ou identidade de gênero delas. Isso, na antiguidade, era tido como algo mais comum do que hoje em dia.

Em muitas culturas antigas, a sexualidade era frequentemente mais fluida, como em culturas indígenas das Américas, na própria Grécia, e em outras civilizações. No entanto, o conceito moderno de pansexualidade começou a emergir no início do século 20, com outros movimentos de liberação sexual e de identidade, quando começaram a surgir as primeiras ações da comunidade LGBTQIAPN+.

A luta pansexual por igualdade e visibilidade 

É inegável que a visibilidade é uma das formas mais efetivas na resistência de grupos marginalizados, como os pansexuais, já que se auxilia na luta pelos direitos. O movimento vem crescendo ao longo dos anos e com o avanço das discussões, somado ao fato de que muitas pessoas públicas, como atrizes, cantores, escritores, passaram a se posicionar dessa forma, a comunidade tem sido cada vez mais conhecida.

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Além disso, diversas pessoas e coletivos têm se destacado nessa luta, trabalhando incansavelmente para promover a aceitação, visibilidade e igualdade para indivíduos pansexuais e de outras orientações não-binárias. Um exemplo são os coletivos e grupos que se organizam ao redor do país que lutam para que os direitos dessa comunidade sejam respeitados.

O ativismo pansexual no Brasil ainda enfrenta muitos desafios, incluindo a falta de reconhecimento e representação adequada nas políticas públicas e na mídia. No entanto, esse cenário vem sendo transformado.

O que significa a bandeira do orgulho pansexual?

A bandeira do orgulho pansexual é representada por três faixas nas cores rosa, amarelo e azul — nessa sequência.

A cor rosa representa o gênero feminino, a cor azul tem relação com o gênero masculino e o amarelo representa todos os outros gêneros para além do binarismo.

Ou seja, a inclusão das três cores destaca a capacidade de sentir atração independentemente do gênero da pessoa, reforçando assim a ideia de que a atração pansexual não está limitada a uma categoria específica de gênero.

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Qual a diferença entre bissexualidade, demisexualidade e pansexualidade?

As pessoas bissexuais têm atração pelos gêneros masculino e feminino. Representadas pela letra B na sigla LGBTQIAPN+, pessoas bi não necessariamente têm preferência por algum gênero.

Já as pessoas pansexuais, como dito anteriormente, têm atração por todos os gêneros conhecidos e são representadas pela letra P dentro da sigla LGBTQIAPN+. 

Por último, demissexuais são pessoas que só conseguem sentir atração por outra pessoa caso tenham algum vínculo de relação e apreço. 

Mitos sobre a pansexualidade

A comunidade LGBTQIAPN+ sofre até hoje com muitas violências, inclusive, com a necessidade de romper mitos que são pejorativos e prejudiciais. Com as pessoas pansexuais esse cenário não é diferente, sendo um grupo que é impactado com muita desinformação.

Algumas frases que são ditas ao falar sobre pansexualidade de forma equivocada são:

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  • “Pansexualidade é apenas uma moda ou uma fase”
  • “Pansexuais são promíscuos e não conseguem se relacionar”
  • “Pansexuais são bissexuais, essas duas identidades são iguais.”
  • “Pansexuais são pessoas indecisas sobre sua sexualidade.”
  • “Pansexuais têm atração por objetos ou animais.”

Respeitar a diversidade é fundamental para construir uma sociedade mais inclusiva e compreensiva, por isso, é necessário evitar reproduzir esse tipo de frase.

A pansexualidade faz parte da identidade de gênero?

Não! Pelo contrário, a pansexualidade não envolve a identidade de gênero, mas sim, a orientação sexual, ou seja, a atração romântica, sexual ou emocional que uma pessoa pode sentir por indivíduos de todos os gêneros.

Nesse caso, ser uma pessoa pansexual indica que a binaridade tradicional de gênero não é importante.

É importante reconhecer e respeitar tanto a identidade de gênero quanto a orientação sexual de cada indivíduo, pois são aspectos fundamentais da sua existência.

Famosos pansexuais 

Bianca Andrade

Bianca Andrade, a Boca Rosa, disse em 2020 que a pansexualidade “é o seu caso” ao interagir com seus seguidores no Instagram.

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Bianca Andrade
Foto: Reprodução/Instagram/@bianca

Rainer Cadete

O ator Rainer Cadete também afirmou ser pansexual. Famoso por seus papéis em Vidas Secretas 2 e Terra e Paixão, afirmou que acredita que o respeito é a base de tudo e que se considera pansexual, mesmo acreditando que a sexualidade é algo muito pessoal.

Rainer Cadete
Foto: Reprodução/Instagram/@rainercadete

Miley Cyrus

Em 2016, a cantora e atriz Miley Cyrus disse que “nunca soube muito bem qual a minha sexualidade” e que pansexualidade abarcava os seus desejos.

Miley Cyrus
Foto: Reprodução: Wikipedia

Preta Gil

Em 2020, durante live no Instagram, Preta Gil revelou que seus primeiros relacionamentos foram com mulheres e, só depois dos 28 anos, passou a ter mais relacionamentos com homens. “Gosto de gente […] Acho que sou pansexual”.

Preta Gil
Foto: Reprodução/Instagram / Estadão

Quer saber mais sobre a comunidade LGBTQIAPN+? Leia a coluna NÓS do Terra!

Fonte: Redação Nós
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