A polícia turca deteve pelo menos 50 pessoas neste domingo após a comunidade LGBT de Istambul realizar sua parada anual do Orgulho.
O governo do presidente Tayyip Erdogan e seu partido AK, de raízes islâmicas, endureceu sua posição em relação às liberdades LGBTQ+. Falando após sua vitória eleitoral no segundo turno no mês passado, Erdogan acusou os partidos de oposição de serem "pró-LGBT".
Neste domingo, a tropa de choque polícia impediu o acesso à Avenida Istiklal, local tradicional das paradas do Orgulho, bem como à praça central Taksim. Ruas próximas foram bloqueadas e o transporte público na área foi suspenso.
Na tarde deste domingo, centenas de pessoas carregando bandeiras de arco-íris e transgêneros se reuniram no Parque Mistik, no distrito de Sisli.
Elas entoaram slogans enquanto os organizadores liam uma declaração para marcar a semana do Orgulho. Uma grande bandeira do arco-íris foi pendurada em um estacionamento de vários andares nas proximidades.
Grupos de pessoas carregando bandeiras do arco-íris marcharam nas ruas do distrito de Sisli, antes que os organizadores pedissem para que se dispersassem.
De acordo com os organizadores, a polícia teria detido mais de 50 pessoas após a marcha. Segundo a Semana do Orgulho LGBTI+ de Istambul, na cidade costeira de Izmir, a terceira maior do país, a polícia deteve pelo menos 44 pessoas neste domingo, após a proibição da marcha do Orgulho pelas autoridades.
A homossexualidade não é crime na Turquia, mas a hostilidade a ela é generalizada e as repressões policiais nas paradas do Orgulho LGBT tornaram-se mais duras ao longo dos anos.